18 de fev. de 2015

137. EDUCAÇÃO PELO MUNDO: ÍNDIA E A EDUCAÇÃO POR PROJETOS: MUMBAI



As próximas postagens tratarão de projetos educacionais visitados na Índia. Serão postagens divididas por cidades. Viaje junto. Acompanhe, aproveite, acrescente. Sempre há o que aprender e ensinar.
Das visitas feitas em Mumbai relacionados a educação, destaco a renomada educadora Sophie Ahmed, que apresentou a mim e a Edna Marchini (grande amiga e educadora) o modo de viver dos indianos, algumas atrações, as praias de Mumbai (Chowpati e Juhu), sua coleção de brinquedos com exemplares do mundo todo e o seu espaço educativo voltado à aprendizagem da criança mediante os jogos e os brinquedos. Uma grande pesquisadora e uma lenda viva cheia de vida em seus mais de 80 anos.

Na Billabong High International School, fomos recebidos pela querida Lina Asher, uma australiana com sangue indiano, idealizadora e fundadora desse projeto educacional, um dos mais importantes da Índia. Trabalham baseados nos mecanismos cerebrais de aprendizagem, tema que venho defendendo e compartilhando há  anos. Possuem a consciência de que, assim como os japoneses, os indianos desenvolvem mais o hemisfério cerebral esquerdo. Portanto, investem em atividades que exploram também o hemisfério direito, chamados por alguns neurocientistas como o hemisfério do século 21, devido as suas especificidades. É o hemisfério capaz de enfrentar desafios, pensar criativamente, ter visão sistêmica e inovadora. Valorizam ainda, o desenvolvimento  da inteligência racional tanto quanto a emocional, outra competência de grande importância nos dias atuais. E exploram as múltiplas inteligências numa prática democrática, que cria diálogo entre o oriente e o ocidente, e que prepara o aluno para o hoje, sem perder o olhar para o amanhã e as competências que se farão necessárias. Na prática, percebi algumas contradições em relação ao discurso, não tão diferente do que o que vemos por aqui. Afinal, para agir conforme nossas concepções expressas é preciso primeiro tomar consciência dos condicionamentos incorporados, que não são tão óbvios assim, para então transformá-los na experiência. Questão de consciência, motivação e tempo. O mais importante estão fazendo: caminhando e juntos.

Próxima parada, Muktangan um projeto inglês que tem uma escola de formação docente com parceria de sete escolas municipais de comunidades indianas educacional e economicamente marginalizadas. Formam seus professores em teoria e prática, para que ganhem autonomia, multipliquem-se e impactem a política por uma educação melhor. A primeira tarefa dessa formação é ensiná-los a falar inglês para que formem as crianças nesse idioma que, na Índia (e no mundo), favorece melhores oportunidades. No primeiro ano, os futuros professores aprendem fundamentos pedagógicos. No segundo, conectam teoria e prática. E no terceiro,  vão à prática com foco nos objetos da Pedagogia. Além de lhes ofertarem uma boa base, promovem-lhes grupos de estudos e discussões entre professores, coordenadores, gestores para trocarem ideias e conhecimentos por um bem comum. Participei desses dois momentos: da formação dos professores e de sua atuação em sala de aula. Interessante o processo. Partem de uma comunidade carente, formam seus agentes para nela atuarem e transformarem em busca de melhores condições de vida. Lembrando que ter melhor condições de vida não se resume a ter mais, mas sim, a ser mais. Generosidade, responsabilidade e dignidade são marcas desse vivo projeto que encanta e proclama com Gandhi: “Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre.” Um bom recado.
Próxima estação... Bangalore com dois projetos incríveis. Acompanhe.

5 comentários:

  1. Anônimo2/20/2015

    Profe, que rica ê a sua vida. Onrigada por compartilha-la conosco.
    Um beijo no seu coraçao,
    Cris Santos

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  2. Anônimo2/20/2015

    Cara Ligia Pacheco,
    Assisti uma palestra sua em Florianópolis e amei. Sua didática e conhecimentos são incriveis. Eu nunca tinha pensado na importancia de desenvolver o hemisferio direito.
    Torcendo para que volte logo.
    Grande abraço,
    Patricia Freitas

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    1. Patricia, é só me chamar que vou. :)
      bj grande

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  3. Anônimo9/29/2015

    Incrível os seus textos. Sempre incríveis.
    Parabéns!
    Bia Santos

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