15 de dez. de 2020

8 DICAS PARA ESCOLHER A ESCOLA DE SEU FILHO.

  1. A escola próxima de casa facilita em todos os sentidos. Não cansa a criança no trajeto, nem a familia. E a maioria dos amigos mora próximo.
  2. Conhecer a filosofia da escola. Quando levamos a criança para a escola é bom saber para onde a escola leva a criança.
  3. Criança precisa brincar, colocar a “mão na massa”. Verifique se há espaço para atividades lúdicas. Escolas muito tecnológicas vão deixar de desenvolver habilidades fundamentais à criança.
  4. Muitos alunos em sala de aula dificultarão a criança a ser olhada como um ser único, além de dificultar a aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades e competências importantes. E, plataformas e aplicativos que dizem do seu filho estão muito baseados em algoritmos. Gosto muito mais do olhar humano e complexo para o desenvolvimento da criança.
  5. Verifique se a escola está mais interessada na memorização dos conteúdos ou na construção deles. Pois só aprendemos a fazer fazendo e só faz sentido aprender quando identificamos e utilizamos o aprendido. 
  6. Certifique-se como a criança será avaliada. O ideal é que a avaliação seja processual. E se há muita ênfase em provas averigue melhor, pois prova não prova muito.
  7. Parceria família e escola é fundamental. Veja se a escola tem esta abertura real.
  8. Observe as famílias, os alunos mais velhos que lá estudam… veja se estão afinados com o que você espera de seu filho.

30 de jul. de 2020

232. EDUCAÇÃO PELO MUNDO: CANADÁ.

Simulação da maternidade na adolescência.



Esta foi uma experiência que minha filha viveu aos 15 anos quando fez intercâmbio no Canadá. E achei simplesmente fantástica. A gravidez na adolescência é mais comum do que imaginamos, e o quão pode desestruturar não só os adolescentes, mas toda a família. As escolas e os pais costumam trabalhar esta questão, mas aprender sentindo na pele faz toda a diferença.

 

E como a escola fazia?

Após alguns blá blá blá que conhecemos bem, cada adolescente ganhava um bebê robô. Era perfeito, tinha tamanho e peso de bebê, era programado com algumas características e repleto de sensores que emitiam mensagens aos professores que analisavam a conduta das novas “mães” ou “pais”. O “bebê” da minha filha, por exemplo, foi programado para chorar a noite inteira. Oh dó! Cada vez que eu falava com ela, suas olheiras estavam mais profundas e seu humor mais descontrolado. Chegou a chorar junto: “Não aguento mais! Eu já nem apago a luz do quarto durante a noite!”

 

O bebê robô, assim como os bebês reais, não tinha botão para desligar. E para onde ia precisava levá-lo. Muitas vezes ela teve que abandonar as salas de aula, as de cinema, as diversões com os amigos para trocar fralda, alimentar, ninar, cuidar. E pela manhã, não bastava mais cuidar de si. Precisava acordar bem mais cedo, pois havia o “filho” para cuidar também, independente da noite mal dormida.

 

Lembro que sua nota abaixou quando esqueceu de agasalhar o bebê num dia frio. Os professores ficavam atentos a cada detalhe. E quando terminou a sua missão e devolveu o bebê aos professores, conseguiu fazer várias reflexões importantes, além de nos agradecer muito por tudo o que havíamos feito por ela. E, com certeza, valorizou o sono como nunca antes. :))

22 de mai. de 2020

231. JOGO É JOGO, FAMÍLIA É FAMÍLIA


Minhas filhas eram pequenas e sempre jogávamos jogos de tabuleiros em família. Tais jogos costumam desenvolver muito o córtex pré-frontal (aquele que nos diferencia dos outros animais) e ótimas habilidades comportamentais (aquelas que nos diferenciam dos outros humanos), além de aumentarem o vínculo da família. Mas, como uma mãe normal, eu costumava deixar as crianças vencerem. Até que um dia, nossa caçula desapontada reclamou com bravura: “Mãe, jogo é jogo, família é família!” O que entendi do recado? Que todo ser humano quer ganhar por merecimento. Não há graça vencer facilmente. O desafio faz parte do nosso desenvolvimento, assim como a autorrealização faz um bem danado a qualquer ser humano. Em segundo lugar, era importante aprender sobre perdas e frustrações afinal, proteger os filhos disso é um grande engano, pois o mundo não os protegerá. E é melhor aprender desde pequeno. A partir deste dia, nunca mais as poupei. E logo, comecei a precisar me empenhar muito, pois já me venciam facilmente. Às vezes até sentia que queriam me poupar, mas daí era a minha vez: “Alto lá! Jogo é jogo, família é família!”

19 de mai. de 2020

230. PÉ DE GALINHA


Certa vez, estava em um parque de São Paulo, que mais parece um sítio em meio aos concretos da pauliceia. Há galinhas, pintinhos, gansos, patos, pavões todos soltos compartilhando o espaço conosco sem cerimônia. O sol começava a se despedir e as galinhas começaram a se empoleirar em uma árvore. Cacarejavam sem parar e eu as observava feito criança, imaginando o que tanto falavam. Neste momento, chega uma criança de cerca de cinco anos, fixa o seu olhar para a árvore com encantamento e exclama a mim a sua grande descoberta: “Agora que eu entendi o que minha mãe sempre fala!!! Já sei o que é um pé de galinha!!!!” E saiu todo importante, com o peito empinado, sorriso largo, sem nem se preocupar com o que eu pensava. Além da fofura da sua conclusão, e de como funciona a mente infantil (leia postagem anterior), fiquei a pensar no quanto muitas vezes saímos assim, como se tivéssemos descoberto a pólvora sem nos atentarmos aos enganos de nossas verdades e conclusões.

16 de mai. de 2020

229. ATENÇÃO, MÃES! UMA SUGESTÃO? PERCAM PARA GANHAR.


Na postagem anterior, escrevi sobre estes meninos de 8 e 6 anos, cuja mãe os ensina às atividades domésticas como um trabalho de equipe. E vimos quantas HABILIDADES estão por trás destas atividades tão necessárias ao HOJE quanto ao AMANHÃ destas crianças. (Leia: O que as tarefas domésticas podem causar aos seus filhos?). Hoje é dia de faxina de novo, e lá estão elas a repetí-las. Quando aprendemos algo novo, NOVAS CONEXÕES NEURONAIS são formadas, mas estas precisam de REPETIÇÃO para se estabelecerem. Por isso, manter uma ROTINA é tão importante. Sim, eu sei, dá trabalho ENSINAR. E GASTA tempo. Concorda que seria bem mais fácil à mãe, por exemplo, lavar a louça do que ensinar para as crianças? E ainda podemos imaginar o chão todo molhado, o uso exagerado de detergente e até a espuma no teto. Eu já passei por isso, sei bem como é. Mas como DESENVOLVEMOS mesmo? APRENDENDO. E como aprendemos? Na EXPERIÊNCIA, isto é, FAZENDO. A mãe está GASTANDO o seu tempo sim, mas mais à frente estará GANHANDO TEMPO, pois os meninos já estarão mais habilidosos e poderão contribuir bem mais, não só com a louça, isto eu garanto. Já provei e aprovei destes ganhos. Muitas vezes, é mesmo preciso PERDER PARA GANHAR. Então fica a sugestão: Gaste este tempo agora. E se prepare para contabilizar os inúmeros ganhos.

14 de mai. de 2020

228. O QUE AS TAREFAS DOMÉSTICAS PODEM CAUSAR AO SEU FILHO?


Já respondo: muitos desenvolvimentos. Estes meninos têm 8 e 6 anos e uma mãe que os educa maravilhosamente, além de quebrar paradigmas. Não cabe mais o discurso de “isto é coisa de menina” e/ou que “são muito pequenos para tal”. E sem mimimi, lá estão eles em TRABALHO DE EQUIPE, tirando o pó, limpando vidros, colocando roupa em máquina de lavar, lavando louça, assim como vemos em tantos países desenvolvidos. Aliás, para mim, isto faz parte do verdadeiro homeschooling. Notem que estes meninos estão aprendendo tais atividades enquanto desenvolvem RESPONSABILIDADE E AUTONOMIA, COORDENAÇÃO MOTORA e muito mais. Além das tão faladas HABILIDADES COMPORTAMENTAIS fundamentais ao hoje e ao amanhã, como planejamento, tomada de decisão, solução de problemas, criatividade, empatia entre outras. Tudo isto não se desenvolve na teoria, nem em tablets, mas ali na prática, no dia a dia. E quanto antes, melhor. Aprendemos a fazer fazendo, pois o CÉREBRO É CONFIGURADO NA EXPERIÊNCIA. Aproveitem esta oportunidade única.

11 de mai. de 2020

227. TROQUE A PALAVRA “AJUDA” POR TRABALHO DE EQUIPE.


Neste período de confinamento, muitas mães, mais do que nunca, estão berrando por socorro. E é muito comum elas dizerem aos membros da família: “Ninguém me ajuda!” Analisemos esta frase: Ao dizer que “ninguém te ajuda”, você está dizendo que esta tarefa é sua. E é? Creio que não. Que tal começar a desenvolver na sua família o trabalho de equipe? Este é um momento incrível para reeducar toda a família. Que tal todos participarem de tudo, dividindo as tarefas conforme a faixa etária? Todos podem participar, inclusive os pequenos. Você acha que a criança é pequena demais para fazer seu próprio lanche? Ensine-a e verás. Você acha que ela é pequena demais para colocar e tirar a mesa? Ensine-a e verás. Será que é pequena para varrer, lavar, arrumar a cama e o próprio quarto? Ensine-a e verás. Nós subestimamos muito a criança. Muitoooo. Quando pensar que o seu filho ou a sua filha são pequenos demais, lembre-se que uma criança de 2 anos já é capaz de correr, falar, dançar fazer graça e birra. Já é capaz de perceber os seus pontos fracos e estrategicamente cutucá-los. E se tiver espaço, este pequeno ser já é capaz de mandar em toda a família e ainda com o dedo em riste e com autoritarismo. Não é? Reeduque sua família. Fazer atividades domésticas ensina muito, inclusive conhecimentos escolares como escreverei outro dia. E toda aprendizagem leva a desenvolvimentos. Troque a palavra ajuda por trabalho de equipe. No começo não será tão fácil, em especial se todos já estiverem acostumados a serem servidos. Mas leve isto a sério e verás o quanto ganhará, não só você, mas toda a família.

8 de mai. de 2020

226. A AULA VIRTUAL E OS PRINCÍPIOS DA APRENDIZAGEM


Além de formar professores, ORIENTO FAMÍLIAS, interagindo tanto com crianças e jovens, como com os seus pais. Creio ser mais efetivo envolver a todos. Nesta quarentena, meu maior foco tem sido com as famílias cujos os filhos têm dificuldades de aprendizagem. Pois estão aí, pais e filhos, com esta difícil tarefa do “homeschooling”. Tem sido um desafio deixar os encontros virtuais com a METODOLOGIA que acredito e que vai a favor dos MECANISMOS CEREBRAIS DE APRENDIZAGEM da criança. Mas tenho amado desenvolver-me também. Hoje, uma das crianças, entre outros tantos conteúdos, precisava entender os gráficos de barras. Olhamos no seu livro os vários exemplos que tinha.  E ela começava a entender a função dos mesmos. Mas a criança APRENDE bem melhor com coisas que estão em sua REALIDADE e que lhe são SIGNIFICATIVAS. E não faz sentido “aprender” por aprender. É preciso IDENTIFICAR no seu cotidiano e saber USAR o que se aprende. Então, pensamos juntas em uma pesquisa a fazer e a escolha foi sabores de sorvete. TRANSFORMAR A CRIANÇA EM PROTAGONISTA DA SUA APRENDIZAGEM AJUDA A DAR SENTIDO e SENTIR ao que se aprende. Pedi que ela fizesse a pesquisa com os seus familiares, pois envolver quem se gosta FACILITA A ATIVAÇÃO DA EMOÇÃO, QUE É EXTREMAMENTE FUNDAMENTAL AO PROCESSO DE APRENDIZAGEM. O resultado da pesquisa foi: 4 pessoas preferiam o de chocolate, 2 pessoas o de morango e 3 pessoas escolheram o de flocos. Se eu estivesse na presença da criança teria várias possibilidades. Mas virtualmente? Não! Não queria vídeos explicativos, embora haja alguns bem bons. Mas ela se DESCONCENTRA muito e nem sempre os entende. Apreveitei meus dedos e fiz os eixos do gráfico e nele coloquei os dados conforme já havíamos visto. E pedi que ela fizesse o mesmo em sua mão. E lá fomos construir, primeiramente o gráfico com o nosso corpo e com os materiais que tínhamos. AS MEMÓRIAS MOTORAS SÃO EXCELENTES PARA A APRENDIZAGEM, ASSIM COMO ENVOLVER O MÁXIMO DOS SENTIDOS. Uso e abuso deles. Aproveitamos ainda para ver qual foi o sabor mais escolhido, qual o menos, qual a diferença entre a quantidade de um sabor com o outro, qual a soma de todos eles, aproveitando para revisar e reforçar conhecimentos que ela havia aprendido. Depois disso e de algumas risadas, a criança fez o registro no papel. ESTÁ APRENDIDO? Não há garantias. AS NOVAS CONEXÕES NEURONAIS NÃO SE ESTABELECEM ASSIM FACILMENTE. É preciso REFORÇAR tal aprendizagem. Vamos então às novas pesquisas. Como também ORIENTAR AOS PAIS, de forma significativa, todos estes princípios de aprendizagem para que possam colaborar com o progresso do processo de seus filhos.

7 de mai. de 2020

225. LIDAR COM A FRUSTRAÇÃO SE APRENDE.


Achei um encanto esta carta para a fada dos dentes, que recebi da avó da criança. Pelo conteúdo, imagino que a mãe, que deve estar levando a quarentena a sério, não poupou a filha do sentimento da FRUSTRAÇÃO, uma vez que até a fada está em quarentena, ainda que o dente da criança tenha caído. QUAL O MELHOR MOMENTO PARA SE TRABALHAR COM A FRUSTRAÇÃO? Quando ela acontece. A frustração ocorre quando um desejo ou uma expectativa não são satisfeitos, e facilmente causam um sofrimento e um DESEQUILÍBRIO EMOCIONAL. Mas quem é que quer ver o seu filho(a) assim? Resultado: POUPAMOS a criança e fazemos o que ela quer e na hora que ela quer. Mas, ao protegê-la estaremos de fato a desprotegendo, pois ela não aprenderá a lidar com este sentimento. E não temos como evitá-lo seja na escola, no playground ou em qualquer situação em que não estamos presentes. Assim, se você quer realmente proteger o seu filho, ENSINE-O A LIDAR COM ESTE SENTIMENTO o quanto antes. COMO? 

1.          Não o poupe, mas o acolha. Abrace-o e diga que você entende a sua tristeza e o seu querer, mas que não é possível realizá-lo naquele momento. 
2.          Converse com ele, deixe-o colocar o que sente para fora, ainda que não saiba nomeá-lo. 
3.          Busquem alternativas de como resolver aquele desejo não realizado. 
4.          Ajude a criança a dar forma ao que sente.


Na nossa ilustração, a criança escreveu para a fada. DEU FORMA À SUA FRUSTRAÇÃO, colocou-a para fora. Isto ajuda a criança a elaborar e a lidar com este difícil sentimento. A criança pode ainda desenhar, dar ideias de como farão depois, vocês podem criar um diálogo com os bichos de pelúcia que “estão na mesma situação”, enfim, use a imaginação, mas não desproteja seu filho ao tentar protegê-lo. LIDAR COM A FRUSTRAÇÃO SE APRENDE. E SE APRENDE, ENTÃO SE ENSINA. Seja você este mestre.

5 de mai. de 2020

224. HOMESCHOOLING E UM PEDIDO ÀS ESCOLAS


Trabalho com formação de professores, com educação parental e com crianças. Ou seja, estou percebendo o homeschooling pelos três ângulos. E não está fácil a ninguém, pois talvez estejamos complicando. Hoje meu pedido vai para as escolas. Eu sei que as equipes pedagógicas estão se desdobrando para produzirem conteúdos de um jeito novo para as crianças. Sei que estão dando o seu melhor. Mas sabem o que eu mais queria agora? Que invertessem um pouco. Que neste momento, ao invés de ensinarem virtualmente o período paleolítico, o vértice dos polígonos, a tabuada, os substantivos abstratos e adjetivos, ou qualquer outro conteúdo, que parassem um pouco e ouvissem as crianças. O que elas têm aprendido neste período de isolamento? Como é ter os pais em casa? O que elas têm sentido na nova rotina? O que têm feito? Como têm gastado energia? Que emoções têm aflorado? Como elas têm lidado com isso? Do que elas mais sentem falta? Que estranhamentos percebem? O que acham disso tudo? Que recados têm aos adultos e às crianças? Este seria um hangout precioso, não acham? Que troca mais rica! E quantos recados conseguiríamos captar! Afinal, todos estes conteúdos escolares podem esperar, enquanto repensamos o modo como são ensinados. Mas, neste momento, há outras urgências: a saúde mental e emocional das crianças. E não há aula virtual expositiva que possa dar conta disso. O cérebro é configurado na experiência. Vamos aproveitar?