28 de out. de 2014

124. COMPORTAMENTO DAS MENINAS


No museu Metropolitan em Nova Iorque, apreciando os quadros, notei que independente da época e do país as meninas muito se parecem em seus comportamentos. Mudam-se as roupas, as formas de interagir e agir, os objetos que as atraem, mas a essência me parece a mesma.
Primeiro, requerem a mão de quem as cuidam para inserirem-se com segurança no desconhecido mundo ao seu redor.
Cecilia Beaux
Ernesta (Child with nurse)

Mais desenvolvidas socialmente, agrupam-se para brincarem, brigarem, disputarem poder e fazerem conchavos. E já mostram bem a personalidade.
Frank W. Benson
Children in woods.

Possuem também os momentos de solidão, tristeza e rejeição. Quem já não passou por isso?
Robert Henri
Dutch girl in white.

Trocam entre elas conhecimentos, fofocas, segredos que na primeira briga irão as comprometer. As menores adoram estar entre as maiores. O mundo abre-se repentinamente, fazendo-as crer que já são grandes.
James Jebusa Shannon
Jungle Tales.

Um pouco maiores, continuam a se agruparem, mas as conversas são outras. E a postura também.
William Mc Gregor Paxton
Tea leaves.

E não podia faltar o tédio que as lançam na cama trazendo um misto de prepotência, sensualidade, mesmice e inquietude. Hora de se verem mulher e dar conta do rumo que irão tomar.
John White Alexander
Repose.

22 de out. de 2014

123. MINHA MAFALDA


Conheci uma menina que muito me lembra a Mafalda por suas tiradas, colocações e observações. 
Ela estava com o pai a fazer compras. Em uma loja a vendedora ofereceu-lhe balas. Ela hesitou em pegar, olhou para o pai e lhe perguntou: “Qual eu escolho?” A vendedora sem esperar a resposta do pai, disse-lhe: Você não acha que está muito grandinha para pedir para o seu pai escolher?” E a minha Mafalda respondeu-lhe sem pestanejar: “É que meu pai gosta muito mais de balas do que eu. Vou pegar  para ele.”
Cara vendedora, caros pais, caras pessoas,
Julgar uma ação sem antes conhecer o porquê dela pode ser uma péssima ideia. Quantas vezes, julgamos nossos filhos ou mesmo as pessoas sem antes estarmos certos de suas intenções? Consciente ou inconscientemente, toda ação traz concepções e intenções. Atentemo-nos a elas. E as desvendemos  antes de ter uma errônea reação.
O vídeo abaixo ilustra o que quero ressaltar. E a mim, faz chorar. Como são especiais as crianças! Como temos a aprender com elas!  Clique e aproveite.


13 de out. de 2014

122- RECOMENDO


Pela primeira vez viajei sozinha com uma das filhas. Camila faria 18 anos e lá fomos nós comemorar em alto estilo: Nova Iorque. Nenhuma das duas filhas moram mais conosco, e então aproveitar ao máximo cada situação é fundamental. O mais interessante nesses quinze dias de estreita convivência é que não vi mais a relação mãe e filha, mas sim de uma grande parceria, em que nos cuidávamos e colocávamos o nosso talento em prol de melhor aproveitarmos o dia e a nós mesmos, num roteiro que agradasse as duas. Como diz a canção NY não dorme e pouco dormimos também, pois há tanta coisa para se ver e fazer nessa cidade multicultural, tanta vida e ricas experiências, que queríamos aproveitar cada minuto. E a melhor forma que encontramos foi caminhar por toda (ou quase toda) Manhattan, e fora dela também. Creio termos caminhado cerca de 15 km por dia! Foi maravilhoso rever lugares, conhecer novos, reconhecer os locais vistos em filmes e seriados, alimentar os sentidos nas telas e esculturas dos grandes gênios da arte nos vários museus que a cidade aloja. Rico foi ouvir as tão diversificadas línguas ali faladas (mais de 150), ver o mundo todo representado na Times Square, encantar-se com os shows da Broadway, com o colorido outonal das folhagens do Central Park, com o canto gospel na Igreja Abyssinian. 
Surpreendente ter encontrado duas gigantes fênix do chinês Xu Bing em plena nave da Catedral de Saint John the Divine, após uma missa de benção aos cães. Delicioso o menu do Bistrô La Bonne Soupe (a melhor sopa de cebola eleita por nós), comer cup cake no The Magnolia Bakery, acompanhar o crescer da lua entre os gigantes e iluminados arranha-céus e delirar com as fascinantes vitrines da 5th Ave. Um prazer passear por charmosos bairros como Greenwich Village e Soho, atravessar a pé a ponte do Brooklyn, visitar tantos parques, centros culturais, igrejas, universidades, os tradicionais pontos turísticos e ver a cidade do alto e por tantos ângulos. Mas melhor de tudo mesmo, independente do lugar, foi ter a companhia adorável de Camila, compartilhar com ela os sentidos e o sentir, educarmo-nos simultaneamente, enquanto de mãos dadas explorávamos NYC e a nós mesmas. Uma experiência única e inesquecível. Recomendo. 

Rockefeller Center
5th Avenue
Johannes Vermeer no MET
A melhor sopa de cebola
Local onde ficava uma das Torres Gêmeas
Fênix em St John the Divine
Vista de Manhattan da Ponte do Brooklyn
Prá quem assistiu Gossip Girl...
Lincoln Center
PARABÉNS CAMILAAAAA!!!!







8 de out. de 2014

121- DUAS IMAGENS E UMA REFLEXÃO.


Dizem que uma imagem diz mais do que mil palavras. E ao ver estas duas eu só penso numa coisa: 

QUAL DESSAS IMAGENS DIZ DA EDUCAÇÃO QUE DAMOS AOS FILHOS?



    



1 de out. de 2014

120- FILHOS E PAIS QUE VOAM.


Sempre buscamos dar uma boa base às nossas filhas, cientes de que temos limitações. Fazer realmente o melhor que se pode fazer naquele momento é sempre uma boa dica. Como também surpreender-se ao saber que se pode mais. Em suma, procuramos desenvolver-lhes, ao mesmo tempo, raízes (fundadas em princípios, valores e conhecimentos) e asas (que possibilitam sonhar, imaginar e criar movimento). E, num piscar de olhos, suas raízes e asas ganharam lindamente tamanho, personalidade e força. Há algum tempo, a minha filha mais velha, pediu-me orientação para um vôo mais ousado. Analisamos juntas e lhe disse: Voe... voe. Mas quando me dei conta, eu pisava discretamente em suas asas impedindo-a de voar. Tomar consciência é o primeiro passo da mudança. Sentei comigo mesma e conversei por horas: Lígia e Lígia. Tirei meu pé de suas asas e lhe disse: “Voe, minha filha!” Ela olhou para os meus olhos, abraçou-me fortemente e disse: “Obrigada, mãe. Obrigada por tudo. Agora chegou a hora de você retomar o seu voo.” A mais nova complementou: “Imagino o quão difícil deve ser deixar os filhos voarem e ver que eles conseguem voar sem os pais.” E seguiu também agradecida. Aprendi que temos que preparar os filhos e a nós mesmos para o voo. Deixa-los realmente voar. Continuar nossos voos e saber que vamos nos tornando cada vez mais desnecessários. Assim como é naturalmente no reino animal. Voemos todos sem nos desprendermos das raízes que nos alimentam. Ouço o ruflar de asas...