29 de jul. de 2015

158: VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ.


Fim de férias e de volta a rotina. O filho volta a acordar cedo, a ir para a escola, a fazer tarefas, provas, aulas extra-curriculares de inglês, dança, futebol, balé. Corre prá cá, corre prá lá. Cuidado com o estresse avisa o doutor! Mas voltar à escola é muito bom. É delicioso rever amigos, professores, aprender coisas novas, desenvolver habilidades, perceber a si e ao mundo de um jeito cada vez mais amplo. Nela temos a oportunidade de fazernos coisas que dificilmente faríamos sem ela. Mas muitos pais, de forma inconsciente, passam aos filhos as suas representações de escola, que muitas vezes não trazem boas lembranças. E repassam os recados: “Se não colocar a comida para o cachorro vai ter que estudar!” “Se não fizer a tarefa, não vai jogar!” “Por que você não é estudioso como o seu amigo?” “O que? Foi mal na prova?” “Se não estudar vai ficar burro!” Ah, o pobre bichano que não tem nada a ver com isso!
Cuidado! Passamos recados aos filhos sem percebermos. E muitos dos relacionados à escola e aos estudos são negativos, fazem parte de punições ou desestímulos. Preste atenção, policie-se, pois aprender é uma das coisas mais maravilhosas desse mundo. Não estrague esse capacidade de seu filho. E se estragaram a sua, aproveite para encontrar a magia do aprender.
Neste início de volta às aulas, desejo a cada pai, mãe, professor, professora e a cada menino e menina que tenha a alegria de ser um eterno aprendiz. E viva sem ter a vergonha de ser feliz. 


22 de jul. de 2015

157: MECÂNICAS SÃO AS MÁQUINAS, NÃO O SEU FILHO.


Inicie assistindo ao video.


A criança aprende por modelos. Isto é, imita o que consciente ou inconscientemente ensinamos. Já temos um alerta: Prestar atenção ao que ensinamos sem perceber. Além disso, caímos em armadilhas perigosas. É bem comum ver crianças dizendo bobagens e palavrões sem ter noção do que dizem. Apenas reproduzem o que ouvem. Mas, como os adultos riem da graça, elas tendem a repetir. Afinal, quem não quer ser reconhecido e valorizado? A criança também.  Mas, aprender mecanicamente não é bom. É mais fácil deformar a criança do que formá-la. Por que? Porque tiramos dela uma das coisas mais lindas que ela tem: a capacidade de pensar. A criança precisa refletir sobre as suas aprendizagens para inclusive construí-las, ressignificá-las, retê-las. A oração no vídeo abaixo é um bom exemplo. Observe que a mãe diz e a criança repete. Seria mais interessante se a mãe fizesse a sua oração e depois pedisse para a criança fazer a dela. A criança aprenderia a rezar, mas com o que lhe tem sentido. Lembro das minhas filhas agradecendo a Deus pelo travesseiro. Eu nunca teria esta ideia e grandeza! Mas, a criança do vídeo não repete tudo, não cede e tenta argumentar. Bravo! Ela está pensando sobre o que diz. Momento ideal para parar, “FILHOsofar” e entender o porquê da discordância. Mas a mãe não dá ouvidos, contorna a oração e só piora. Posso apostar que ela não gostou de estudar e ir à escola! Cuidemos. Criemos espaços e tempos para a criança pensar. Não a transformemos em máquinas de reprodução em busca de aplausos e aceitação. Amém?

15 de jul. de 2015

156: FAÇA DA ALFABETIZAÇÃO UM CAMINHO INSTIGANTE.


Comece assistindo ao video.


Fui alfabetizada, como muitos, pela cartilha “Caminho suave”. Eu não achava tão suave assim e havia palavras que não existiam no meu mundo. Trabalhávamos as sílabas, que depois eram juntadas formando palavras, e então em frases e em histórias bem sem graça. Não havia liberdade. Tinha que seguir a ordem. O “DA DE DI DO DU” não podia ser trabalhado antes do “BA BE BI BO BU”. Aliás, demorou muito para chegar ao “LA LE LI LO LU” onde tinha o LI do meu nome. Mas eu tinha pena mesmo era do Valter. Até chegar no “VA VE VI VO VU”!!! O fato é que chegou, mas o texto dizia: “Vovô viu a uva!” Nem Lígia e nem Valter faziam parte da história, e nem sabiam nada de uva. Mas vovô viu a uva! E eu queria tocá-la, vê-la, cheirá-la, prová-la. Seria bem melhor para escrever e ler sobre ela. Mas repeti e reproduzi a cartilha como muitos. Mas os avanços das ciências fizeram com  que hoje vejamos a alfabetização de modo bem diferente. Sabemos que é bom fazer sentir, ter sentido, saber do seu uso, e principalmente, ser construída pela criança. No vídeo, vemos o garoto soletrando BRAHMA com a ajuda de um adulto, mas ao final lê “cerveja”, pois é isso que contém na caixa e faz sentido a ele. Afinal, qual o sentido de um “B” isolado ou de qualquer letra? Nenhum. Então, que tal fazer diferente nesse exemplo? Não soletre. Leia a palavra inteira, discuta o sentido dela ali, fale das marcas. Brinque e desafie o seu filho a formar palavras que comecem e terminem com BRA, com MA. Faça ele pensar na escrita e no uso dela, e não a ficar como papagaio repetindo letras. Isso já fizemos.

8 de jul. de 2015

155: QUANDO A CRIANÇA COMEÇA A SE ALFABETIZAR?


Assim que a criança nasce, ela já começa a ser alfabetizada e letrada. Em um processo bem longo e repleto de fases, começa a entender que há uma escrita, como ela funciona e para que ela serve. Quanto mais estímulo tiver, melhor será a sua evolução. E estimular não quer dizer comprar vários livros e cadernos. Conto uma breve história. Conheço uma manicure que lê o tempo todo. E sempre conta com empolgação o livro da vez. Um dia comentou que o programa preferido da filha de 7 anos era ir ao shopping. A cliente ao lado fez algum comentário, do tipo: “Obvio! Qual garota não gosta?” Mas a mãe manicure continuou: “Ela gosta das livrarias! E precisa ver a felicidade dela quando compra um livro. Não vê a hora de chegar em casa para lê-lo!” A cliente então espantou-se: “Nossa! O meu filho da mesma idade odeia ler! E olha que eu compro um monte de livros maravilhosos para ele!” E a manicure fez a pergunta crua, quase cruel: “Mas a senhora gosta de ler?” E ela respondeu: “Eu odeio! Mas compro um monte de livro prá ele.” Será que adianta? No vídeo abaixo, vê-se uma pequena criança “lendo”. É uma pseudoleitura, mas que já mostra muito da construção da alfabetização. Mas como ela sabe que o livro tem algo a dizer e que dá para ler? Não sabemos o que ela sabe exatamente, mas podemos dizer que ela está vivendo o processo da alfabetização. E posso garantir que seus pais lêem, que ela os observa lendo, que eles contam histórias a ela, que ela tem livros e que é bem estimulada. Atente-se: A alfabetização começa em casa e não na escola. Inspire-se nesta fofa.


1 de jul. de 2015

154: SEU FILHO TAMBÉM É MOVIDO A DESAFIOS.


O ser humano é movido a desafios. E o seu filho também. Quer ver? Observe se já não viveu esta cena. Uma criança pequena tenta subir no sofá, que para ela é um enorme desafio. Nesta tentativa, sempre aparece um adulto que resolve o problema, carrega-a e a coloca em cima do sofá, não é? Mas o que acontece? A criança desce imediatamente e começa tudo de novo. Pode parecer bobagem, mas esse desafio de subir no sofá diz de muitos desenvolvimentos motores, psíquicos, cognitivos e que além de serem úteis agora, serão base importante para futuras aprendizagens bem mais complexas. Mas, se desde pequena dizemos à criança que ela não consegue, ou nos adiantamos fazendo em seu lugar, ou ainda a acostumamos a conseguir as coisas fáceis, estaremos proporcionando a formação de uma possível criança insegura, passiva, sem curiosidade a novas descobertas e com limitados conhecimentos.
Assim, deixe seu filho desafiar-se e aceitar desafios para conquista-los. Fique de olho sim e sempre atento, afinal há riscos. Mas não exagere e nem subestime o seu filho. Com riscos calculados, deixe-o viver, desafiar-se, aprender e desenvolver. Sempre.
Assista aos dois vídeos e inspire-se.



ps: Nesse mes de férias usarei vídeos de crianças que circulam pela internet para a nossa reflexão e melhoria de ação.