Comece assistindo ao video.
Fui alfabetizada, como muitos, pela cartilha “Caminho suave”. Eu não
achava tão suave assim e havia palavras que não existiam no meu mundo.
Trabalhávamos as sílabas, que depois eram juntadas formando palavras, e então em
frases e em histórias bem sem graça. Não havia liberdade. Tinha que seguir a
ordem. O “DA DE DI DO DU” não podia ser trabalhado antes do “BA BE BI BO BU”. Aliás,
demorou muito para chegar ao “LA LE LI LO LU” onde tinha o LI do meu nome. Mas
eu tinha pena mesmo era do Valter. Até chegar no “VA VE VI VO VU”!!! O fato é
que chegou, mas o texto dizia: “Vovô viu a uva!” Nem Lígia e nem Valter faziam
parte da história, e nem sabiam nada de uva. Mas vovô viu a uva! E eu queria
tocá-la, vê-la, cheirá-la, prová-la. Seria bem melhor para escrever e ler sobre
ela. Mas repeti e reproduzi a cartilha como muitos. Mas os avanços das ciências
fizeram com que hoje vejamos a alfabetização
de modo bem diferente. Sabemos que é bom fazer sentir, ter sentido, saber do
seu uso, e principalmente, ser construída pela criança. No vídeo, vemos o
garoto soletrando BRAHMA com a ajuda de um adulto, mas ao final lê “cerveja”,
pois é isso que contém na caixa e faz sentido a ele. Afinal, qual o sentido de
um “B” isolado ou de qualquer letra? Nenhum. Então, que tal fazer diferente
nesse exemplo? Não soletre. Leia a palavra inteira, discuta o sentido dela ali,
fale das marcas. Brinque e desafie o seu filho a formar palavras que comecem e
terminem com BRA, com MA. Faça ele pensar na escrita e no uso dela, e não a ficar
como papagaio repetindo letras. Isso já fizemos.
Perfeito Profa. Lígia! Quanto mais sentidos forem trabalhados no processo mais sentido a criança verá nisso tudo. Belo vídeo, grandes dicas!
ResponderExcluirQue bom que Meus netos não precisam passar pelos mesmo que passei! Que bom por mentes brilhantes como a sua, investindo na melhoria da educação! parabéns Ligia!
ResponderExcluirRubens Magali Luz
A criatividade da criança ficava limitada ao tempo da Professora, uma construção lenta, válida para aquela época. Hoje, com tantas informações à disposição, a criança constrói sua alfabetização com tentativas de escritas das palavras que fazem parte do seu centro de interesse...
ResponderExcluirEdna Marchini
Muito bom
ResponderExcluirNorma Viscardi
Lindo texto. Reflexivo e prático. Parabéns! E obrigada.
ResponderExcluirCris Santos
Como aprendo com você. Muito obrigada por compartilhar essa sua visão sobre a educação. Incrível como simples fatos do dia a dia ganham novas cores sob teu olhar. Parabéns.
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