22 de nov. de 2013

83- EU QUERO! EU QUERO! EU QUERO! O QUERER DA CRIANÇA E COMO LIDAR COM ELE.


Retrato da Menina Maria Tavares de José Pancetti
O querer infantil está descabido, desmedido, voraz, sem fim, estimulado dia-a-dia pela sociedade consumista em que vivemos. Culpa da mídia? Não. Mas se cedemos a ela o nosso papel de formação da criança é bom rever. E não se engane ao fazer a vontade do filho, transformando o querer em precisar. Precisar é necessidade com tempo marcado, querer é desejo e pode esperar. Querer é bom, mas nem sempre é poder. O que fazer?
1. Desenvolver na criança o olhar critico ao querer. Não é porque todos têm que ela tem que ter também. Ensiná-la na prática a ser comedida, a resistir aos apelos de consumo. Identificar e avaliar o que é querer e precisar, a pesar os prós e os contras, a perceber os reais motivos do querer, a saber querer e querer quando puder ter e se puder ter. Esperar e se frustrar também faz parte da vida.
2. Fazer concessões é perigoso. É preciso ensinar a valorizar o querer. Hoje, a criança parece querer mais o querer do que o objeto que deseja. Ela ganha o que tanto insistiu, e logo se desinteressa, abandonando o que desejou. E, logo parte a outro querer. Querer é bom, mas querer só o querer não é.
3. A criança irá insistir, nos testar, nos chantagear. É bom estar atento, ser paciente, não comprar nada cansado e nem substituir presente por presença. Querer educar é sempre uma boa pedida.
4. Somos modelos, e a criança estará mais atenta às nossas ações do que às nossas palavras. Vale então refletir como temos lidado com os nossos quereres. Vale querer acertar e querer o que fica.

ps: Veja também minha última coluna na Pais & Filhos e note a revelação surpreendente de uma pesquisa sobre o querer da criança.


14 de nov. de 2013

82- MINHA ENTREVISTA NA BANDNEWS: QUANDO A CRIANÇA QUER UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO: O QUE FAZER?



Nesta semana, em 12.11.2013, fui novamente entrevistada pela BandNews FM, cujo tema central foi, desta vez, o QUERER da criança. Os âncoras Renato Cordeiro e Patricia Tosta provocaram o veterinário César Oliveira e a mim com questões que tinham como base o querer da criança por um animal de estimação.
Dr César ficou responsável pela questão da escolha e do cuidado do animal, enquanto eu com o querer da criança e em como lidar com ele de um modo geral. E ambos, falamos ainda das vantagens e desvantagens de se ter um animal de companhia.
Verifique e deixe o seu palpite.

Abaixo segue o link para que escute a entrevista na íntegra.

http://www.youtube.com/watch?v=zHfzRiDocoo

8 de nov. de 2013

81- SEGUNDA LIÇÃO: CISNES PRETOS TÊM PENAS BRANCAS


Segundo os ornitólogos todo cisne negro tem também plumas brancas. E nesta metáfora usada, diria que há em nós o potencial de ambos os cisnes: branco e negro. E, conscientemente ou não, desenvolvemos mais um deles. Ser cisne negro tem vantagens, mas é minoria e convive com a maioria. E se somos biológicos, somos também sociais. Assim, entender, respeitar e saber viver com cisne branco é necessário, caso contrário o cisne negro isolar-se-á em sua arrogância. Ter algumas penas brancas não é de todo mal. Há nelas características por vezes necessárias. E uma certa semelhança dará aos cisnes brancos segurança, o que possibilitará ao negro diferenciar-se. Mas, que penas escolher?
Ser cisne branco é agradar ao outro e não ser problema. É estar seguro nos trilhos, atento ao que já sabe e acomodado aos padrões. É ser dependente, submisso, meigo, passivo, previsível. Perfeito, frágil, inocente, suave, vulnerável, virginal.
Ser cisne negro é ser ousado, forte, espontâneo, criativo, visceral. Verdadeiro, intenso, exuberante, imprevisível, surpreendente. É reconhecer-se único, liberto da opressão e dos condicionamentos sem medo de impactar, de se entregar e de frustrar expectativas alheias. É saber andar por trilhas junto ao inesperado, ao incerto e à busca da excelência. Pronto a superar-se, a sair do lugar comum, a privilegiar o que não sabe em dúvidas e curiosidades.
Posto assim, que saibamos dialetizar os modos opostos de ser, bem escolher as nossas penas, em busca de uma síntese que faça de nós, pais e filhos, seres convictos do que se quer ser.

1 de nov. de 2013

80- EXEMPLO DE UMA CRIANÇA CISNE NEGRO


Na postagem anterior defendi a ideia de desenvolver nos filhos o ser Cisne Negro. Um ser raro, que busca em sua autenticidade, ser o que é, não se atendo ou se entregando as expectativas alheias e comuns. O vídeo abaixo fez-me refletir. Talvez nasçamos cisnes negros, mas corrompidos pela sociedade e educação, fortalecemos os cisnes brancos em nós, padronizados e socialmente corretos e aceitos. O vídeo mostra uma apresentação de sapateado de crianças em idade pré-escolar, onde uma delas quebra o protocolo, abre mão da coreografia sem graça e entrega-se, totalmente liberta, à música deixando corpo e mente fluirem. Não faz por exibicionismo, faz para si e se diverte. Notem que a menina ao lado, já bem padronizada, perde-se. Já deve ter aprendido que se frustrar o outro, arrisca-se a grandes perdas. Assim aprendemos. Mas, quem rouba a cena é a garota liberta. Observe a reação da plateia! Embora saiba que muitos veem um cisne como um Patinho Feio. Mas, os fatos históricos e a própria vida mostra que o diferente e o nada previsível é o que faz a diferença. Que esta pequena cisne negra ajude a professora de sapateado e toda a plateia a perceberem que a criança pequena tem muito mais a ensinar do que a aprender. E por favor, não a taxem de TDAH ou digam que há diferenças entre a abordagem afro-americana e a européia. Não, por favor, não! Prefiro crer que ela simplesmente resiste a contaminação. Vamos ao vídeo.