30 de mar. de 2016

177. A LINGUAGEM MUDA O MUNDO INTERNO DA CRIANÇA.

A linguagem tem como função básica a comunicação entre os membros de uma mesma espécie. Na nossa, o choro é o primeiro ato de comunicação e logo vai ganhando novas formas. Mas há ainda uma função ligada ao pensamento. A linguagem possibilita a representação mental do mundo e é fundamental para a construção, estruturação e organização do pensamento. Ao nomear algo ou alguém, como “mamãe, cadeira, cachorro”, a criança está realizando um ato de classificação. Ao dizer “cadeira” ela está a colocando numa classe de objetos do mundo, na categoria cadeira, o que também implica saber distinguir esta categoria de todas as outras. E assim a criança vai representando o mundo, dando-lhe lógica e o organizando de forma simbólica, isto é, colocando o mundo para dentro de si e pensando sobre ele. Isto gera uma mudança cerebral incrível e a criança começa a desenvolver a cognição rapidamente. Se estimúlo o meu filho a falar “au au” para todo e qualquer animal, o seu mundo interno ficará limitado e o externo por consequinte. Se converso com a criança sem explorar novos conhecimentos e vocabulários, também. O que fazer? Deixe a criança se comunicar o máximo possível, mas com limites. Saber escutar muito ensina. Estimule-a a contar sobre o seu dia, fazer as suas perguntas, desenvolver a linguagem em todos os seus modos. Ajude-a a ganhar vocabulário, a corrigí-lo e a organizar o pensamento. Leia com ela, para ela, deixe-a “ler” para você. E prepare-se para assistir e participar de grandes desenvolvimentos.

17 de mar. de 2016

176. ADOLESCENTE AOS 3?

Tem filho de 3, 4 ou 5 anos? Por um acaso, de repente, ele está parecendo um mini adolescente? Quer fazer tudo sozinho? Acha-se bem independente? Virou do contra? Coloca o dedo em riste e quer dar ordens? Maravilha! Seu filho está passando por uma importante fase de desenvolvimento. Explico.

Segundo Henri Wallon, que tem uma teoria psicogenética bem interessante, a criança nesta fase passa por três momentos. O primeiro é a negação. Ou seja, ela nega tudo o que dizemos e fazemos. Nada tão pessoal. Apenas para expulsar o outro de dentro de si, dar inicio a sua pessoa consciente e esboçar a sua personalidade. (Atenção! Fase bem perigosa para perdermos o rumo.) Mas, expulsar o outro tem também o seu preço. O medo de perdê-lo faz com que a criança apele para a sedução. E seduz. E se torna narcisista, exibicionista e sai em busca de aplausos. E finalmente, a imitação. Em que especialmente pelos jogos de faz de conta, ela internaliza o outro e os papéis sociais. Brinca que é professora, que é mãe, piloto etc. Ao viver o outro ela passa a defini-lo melhor, bem como a si mesma. E o que fazer? Primeiro paciência. Depois, limites bem claros. Deixe ele se opor um pouco e chega. Cuide com as seduções e os exibicionismos. Ambos fazem parte do desenvolvimento, mas em excesso desandam a massa. E não limitem seus filhos ao tablet. Tais vivências vividas são importantíssimas! Propicie baús de fantasias, muitas brincadeiras de imitação enquanto deixa BEM claro os papéis de cada um na casa. Ajude o seu filho a ter bela personalidade.

Neste rápido video, observe a negação pelo grito e logo em seguida a sedução.


3 de mar. de 2016

175. OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA SÃO QUASE TUDO!

Creio que nunca mais vamos conseguir aprender tanto como nos dois primeiros anos de vida. Passamos de um ser altamente dependente e quase inerte para um ser, que se tiver espaço, consegue até mandar em toda a família. Em apenas dois anos! Realmente, a capacidade de aprendizagem nesta fase é inimaginável e maravilhosa! E há que ser bem aproveitada. A princípio o bebê fica deitado, e ainda nem enxerga direito. Mas logo, começa a ganhar mais movimentos, a coordená-los, a explorar o que está a sua volta. Começa a aprender das emoções e de como interagir com o meio social para ter suas necessidades alcançadas. Logo senta, e seu mundo ganha nova perspectiva. Quantas coisas a explorar. E logo engatinham e começam a construir o mundo e suas relações. Jogam o bola e ela rola. Jogam o copo e ele quebra. Batem a cabeça na mesa e percebem que dói e machuca. E andam. E o mundo se abre em possibilidades. E logo correm e viram ótimos personal trainers, fazendo-nos correr atrás. Afinal, falta-lhes vivências. Nem imaginam o perigo que correm, por isso estamos nós ali a ensiná-los. E começam a falar e rapidamente ampliam o vocabulário. Quanta aprendizagem! E quantas há por vir. Mas uma dica é importante. O cérebro humano é capaz de aprender em qualquer idade. Mas as experiências dos primeiros anos de vida afetam a arquitetura cerebral e o modo como ele é colocado em ação. Experiências positivas e felizes constroem uma arquitetura forte para o aprendizado, o comportamento e a saúde. Invista na boa base.