30 de ago. de 2011

27- SEGURO FAMÍLIA: QUEM CUIDA TEM


Vale assistir esta propaganda e ficar a pensar nela.



Esta foi a melhor propaganda de cinto de segurança que já vi. Serve de alerta ao uso do cinto, mas também dá para abstrair e pensar na vida, na morte, na responsabilidade, em quanto nossa vida interfere nas demais entre tantas outras reflexões. Mas, ainda estou a pensar na família como um cinto de segurança. Que ideia mais linda! E não é? Quando damos segurança a cada membro da família, asseguramos a própria família. Quem cuida tem, já dizia a minha avó.


25 de ago. de 2011

26- FILHOS REBELDES NA CAVERNA DA CONSCIÊNCIA

Recentemente fomos a Chapada Diamantina/BA e visitamos a Caverna Lapa Doce, uma das maiores do Brasil. Acompanhados por um guia e munidos de lanternas fomos adentrando por aquele imenso, misterioso e exuberante buraco negro que esbanjava estalactites, estalagmites, cortinas de pura beleza, além de sombras que atiçavam qualquer imaginação. No salão principal, alto e grande, apagamos as luzes e paramos. Escuridão absoluta. Não víamos nem a nós mesmos. Silêncio intenso, apenas quebrado por nossas respirações e o voar dos morcegos. Era assustador, mas instigante ao mesmo tempo. E, não tinha como não notar a si próprio com os olhos da percepção e da imaginação. Excelente exercício de autoconhecimento e reflexão. Na saída, o guia contou-me que um psicólogo levava crianças rebeldes para a gruta e dormiam por lá. “E como saíam mansas!” Eu podia mesmo imaginar. Era um mundo de gruta, silêncio e escuridão.  Não estou colocando em questão o método, mas ele nos mostra bem o quanto o rebelde necessita perceber-se no mundo, com o mundo e com os outros em respeito e em colaboração. Uma das práticas constava em ficar isolado por meia hora e sem luz. Sozinho na caverna a rebeldia não lhe serve, não atrai platéia, não causa e nem resolve problemas. Fora do mundo e em confronto consigo mesmo, e só, fica mais fácil reconhecer o valor do outro, do mundo e da vida. No mínimo, a caverna nos serve como uma boa metáfora para a educação de nossos filhos.

19 de ago. de 2011

25- A PROTEÇÃO EXAGERADA.


 Já viu esta cena? "A criança leva um tombo, bate a cabeça na mesa e começa a chorar. A mãe coloca a criança nos braços, dá um tapa na mesa e diz: Feia!"  Eu já vi diversas vezes. É como querer educar o meio para receber de forma protegida o filho. Já viu mãe que belisca discretamente a criança que importuna o seu filho? Vamos ser sinceros. Quem já não viu? Ela o protege, doa a quem doer, tenha o tamanho que tiver. Conhece mãe que vai a reunião de escola, anota tudo o que foi atribuído ao filho para protegê-lo das responsabilidades? E, aquela que toma a frente nas decisões do filho para poupá-lo dos dissabores da vida? E, mãe que protege a criança diante dos desafios, ainda que este seja subir no sofá? Quem nunca se apressou e colocou a criança em cima sem saber que é um desafio importante ao seu desenvolvimento? Quem nunca viu uma mãe que quer controlar tudo? Conhece alguma? Poderíamos continuar a lista, e posso crer que cada vez mais estaríamos de frente a um espelho. Mãe é diferente, que me desculpem os homens. Creio ser coisa dos hormônios ou mesmo instintiva. Protegemos os filhos. Isso, no mínimo, garante a espécie. Todavia, bem sabemos que proteção em excesso desprotege. Como saber qual a medida certa e qual o momento exato para proteger em prol do crescimento e desenvolvimento do filho nos mais variados aspectos? O valor exato vai depender de que tipo de filho você quer e para que mundo. Encontre sua medida e proteja-o da proteção exagerada.

12 de ago. de 2011

24- NÃO SE VIVE AUTONOMIA PELO OUTRO.


Desculpem, mas insisto na AUTONOMIA. Desenvolvimento fundamental para tantos outros. 

Quando minha filha terminou o Ensino Fundamental foi viajar com a escola para comemorar. De São Paulo à Bahia. No aeroporto, os adolescentes mostravam-se agitados e ansiosos, e os pais aflitos com tantas recomendações. Mas algo me chamou a atenção: o tamanho das malas. Pela primeira vez eu via malas masculinas bem maiores que as femininas. Uma mudança paradigmática? Não me contive e fui investigar: a maioria das meninas havia feito a própria mala. Já a maioria dos meninos nem imaginava o que carregava, pois as mães a haviam feito. Estava explicado o tamanho! Mas não é disso que quero falar, e sim de autonomia, e que não serve só para a mala. Mas, por que as meninas conseguem fazer a mala e os meninos não? Fácil. Porque as meninas têm a oportunidade de fazer a própria mala, e os meninos não. As mães não acreditam neles e não os deixam fazer. Simples assim. Mas convenhamos, é bom que eles aprendam. Mas, a autonomia para arrumar uma mala não se dá da noite para o dia. É um processo lento, por isso é bom começar de pequeno. Mas sempre há tempo. Sugiro que primeiro arrume a mala com o filho. Depois, deixe-o arrumar sozinho e faça a checagem com ele, ajudando-o a perceber os ajustes necessários, e a observar não só a mala que vai, mas também a mala que volta.  E, quando sentir que está no ponto, deixe-o fazer sozinho, pois não se desenvolve autonomia no lugar do outro. Só aprendemos fazendo, seja a mala, seja a autonomia, seja lá o que for.

9 de ago. de 2011

23- CUIDADO COM A AUTONOMIA ILUSÓRIA.


Recebi de uma leitora um texto muito interessante que relaciona a educação de um filho com a sua inserção social. Lembrei-me logo de uma história. Há poucos anos, fui com meu pai ao cinema do Shopping Iguatemi, SP. Atrás de nós sentaram 8 adolescentes bem vestidos, portando eletrônicos de última geração e bem seguros como eles são quando estão em grupo. Começou o filme, e eles a algazarra. Educadamente pedimos silencio. Aumentaram a bagunça. Tentamos mais uma vez. Foram deselegantes. Demos bronca. Riram. Posso apostar que não respeitam os pais. Respeito é aprendizagem que começa no berço e por imitação. Logo a platéia chiou, entrou o lanterninha, mas nada os intimidava. Eles tomaram o espaço e o tempo para si, sem a menor noção de coletividade. O filme acabou e na saída, o inesperado: Vieram nos ameaçar. Fizemos um pequeno discurso, e eles correram ao guarda. Este nos olhou e nem deu bola. Mas, não desistiram. Encheram-se de coragem e voltaram a nos incomodar. Tentamos uma tomada de consciência coletiva até que um deles disse de forma mais mansa: “Meu pai é advogado e estou ligando prá ele vir aqui. Vocês podem esperar um pouco prá ele resolver este problema?” E eu disse: “Ah menino, você é autônomo o suficiente para aprontar e ser dono do mundo, mas na hora de arcar ou assumir o risco você chama o seu pai?” Tenho uma boa dica: Ajude o seu filho a arcar com as responsabilidades desde muito pequeno. Assim, ele não será tão iludido e frágil na vida.

2 de ago. de 2011

22- AUTONOMIA NA PRÁTICA: BRINQUEDOS E TUDO O MAIS.

 Sei que não é fácil desenvolver autonomia nos filhos, isto é, que eles tomem decisões sem a necessidade de nossa intervenção. Já pensou que sonho não precisar mandar guardar os brinquedos? É sim um sonho. Voltemos à realidade. Até que um filho consiga decidir por ele a guardar os brinquedos, ou tomar qualquer outra decisão, há um longo caminho a ser trilhado. Precisa de pais acordados e com tempo, determinação, paciência, vontade, intenção, motivação. Ou seja, dá trabalho. Mas a vantagem é que o investimento feito hoje serve para outras situações. Usemos o guardar os brinquedos como exemplo. As habilidades e competências desenvolvidas nesse processo podem ser utilizadas em outras situações sejam elas presentes ou futuras. Saber usar e organizar a própria vida pode ser uma delas. A criança precisa ter brinquedos, poder brincar e bagunçar. Mas é bom aprender a cuidar, a ter noção deles no espaço e a guardá-los. Se alguém vai atrás recolhendo tudo, a criança não desenvolverá autonomia e ainda aprenderá que a bagunça desaparece instantaneamente. Hum, quem dera! É muito comum sermos insistentes nos primeiros dias, mas sermos vencidos pelo cansaço. Educar cansa! Rapidamente percebemos que ao guardamos os brinquedos, gastamos menos energia, menos tempo, para não dizer, evitamos estresse. Mas, pense: desenvolver autonomia é um processo. A construção de hoje servirá para hoje e como base para autonomias futuras bem mais complexas. Não vale o esforço?

APRENDIZAGEM EM PROCESSO.

1ª: RECONHECER O QUE SERÁ DESENVOLVIDO.


2ª: FAZER JUNTO. APRENDEMOS COM O OUTRO.


3º: DEIXAR FAZER SOZINHO. APRENDEMOS A FAZER FAZENDO.