Recentemente fomos a Chapada Diamantina/BA e visitamos a Caverna Lapa Doce, uma das maiores do Brasil. Acompanhados por um guia e munidos de lanternas fomos adentrando por aquele imenso, misterioso e exuberante buraco negro que esbanjava estalactites, estalagmites, cortinas de pura beleza, além de sombras que atiçavam qualquer imaginação. No salão principal, alto e grande, apagamos as luzes e paramos. Escuridão absoluta. Não víamos nem a nós mesmos. Silêncio intenso, apenas quebrado por nossas respirações e o voar dos morcegos. Era assustador, mas instigante ao mesmo tempo. E, não tinha como não notar a si próprio com os olhos da percepção e da imaginação. Excelente exercício de autoconhecimento e reflexão. Na saída, o guia contou-me que um psicólogo levava crianças rebeldes para a gruta e dormiam por lá. “E como saíam mansas!” Eu podia mesmo imaginar. Era um mundo de gruta, silêncio e escuridão. Não estou colocando em questão o método, mas ele nos mostra bem o quanto o rebelde necessita perceber-se no mundo, com o mundo e com os outros em respeito e em colaboração. Uma das práticas constava em ficar isolado por meia hora e sem luz. Sozinho na caverna a rebeldia não lhe serve, não atrai platéia, não causa e nem resolve problemas. Fora do mundo e em confronto consigo mesmo, e só, fica mais fácil reconhecer o valor do outro, do mundo e da vida. No mínimo, a caverna nos serve como uma boa metáfora para a educação de nossos filhos.
Olá Ligia
ResponderExcluirLinda reflexão. Gostei quando você colocou: "Sozinho na caverna a rebeldia não lhe serve, não atrai platéia, não causa e nem resolve problemas. Fora do mundo e em confronto consigo mesmo, e só, fica mais fácil reconhecer o valor do outro, do mundo e da vida". Um forte abraço.
Oi Lucinalva,
ResponderExcluirObrigada pelo retorno. Na "caverna" fica mais fácil ser caça de si mesmo, desenvolver o autoconhecimento e perceber o outro, não é? Grande beijo,
Eu adoraria conhecer este psicólogo. Já o procurei pela internet e não encontrei. Se alguém souber de seu paradeiro, avise-me, please. Fiquei curiosa para conhecer mais de sua metodologia.
ResponderExcluirAna Lucia Guimaraes comentou seu link.
ResponderExcluirAna Lucia escreveu: "Entendo perfeitamento o que vc diz, já vivenciei esta esperiência e só entrei na caverna porque estava em grande grupo, tudo fica mais fácil: dividimos os medos, os pavores, as tensões e aumentamos a confiança, a solidariedade e o cuidado com o próximo. Incrivel, muito bom. Eita vidinha boa esta nossa, como é gostoso viajar....Besos!!!"
26/08/11 05:26
Pois é Ana querida, o entrar na "caverna" tanto serve para o autoconhecimento, quanto para perceber a existência do outro e a necessidade de conviver com ele. Como diria Wallon, o ser humano é dialeticamente biológico e social. Afinal, dependemos do outro inclusive para existir, pois não? :))
ResponderExcluir26/08/11 05:34