5 de mai. de 2020

224. HOMESCHOOLING E UM PEDIDO ÀS ESCOLAS


Trabalho com formação de professores, com educação parental e com crianças. Ou seja, estou percebendo o homeschooling pelos três ângulos. E não está fácil a ninguém, pois talvez estejamos complicando. Hoje meu pedido vai para as escolas. Eu sei que as equipes pedagógicas estão se desdobrando para produzirem conteúdos de um jeito novo para as crianças. Sei que estão dando o seu melhor. Mas sabem o que eu mais queria agora? Que invertessem um pouco. Que neste momento, ao invés de ensinarem virtualmente o período paleolítico, o vértice dos polígonos, a tabuada, os substantivos abstratos e adjetivos, ou qualquer outro conteúdo, que parassem um pouco e ouvissem as crianças. O que elas têm aprendido neste período de isolamento? Como é ter os pais em casa? O que elas têm sentido na nova rotina? O que têm feito? Como têm gastado energia? Que emoções têm aflorado? Como elas têm lidado com isso? Do que elas mais sentem falta? Que estranhamentos percebem? O que acham disso tudo? Que recados têm aos adultos e às crianças? Este seria um hangout precioso, não acham? Que troca mais rica! E quantos recados conseguiríamos captar! Afinal, todos estes conteúdos escolares podem esperar, enquanto repensamos o modo como são ensinados. Mas, neste momento, há outras urgências: a saúde mental e emocional das crianças. E não há aula virtual expositiva que possa dar conta disso. O cérebro é configurado na experiência. Vamos aproveitar?

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