Tenho sentido urgência em conhecer os países, in loco, antes que a
globalização tire deles o que há de mais interessante: a própria cultura com
suas especificidades. Por isso, as últimas postagens trataram da cultura da
Índia, que diz também da educação e da formação do ser. A Índia não é país que
se destaca em educação. Mas, há projetos belíssimos que merecem ser
compartilhados. Iniciemos com o que há em comum nas concepções e ações das
instituições visitadas e que nos fazem refletir sobre as nossas.
Os projetos educacionais envolvem todos no processo. A equipe
pedagógica, os alunos, funcionários, os pais. Cada um tem o seu papel definido
e espera-se que o faça bem feito. E para fazer bem feito é preciso incluir o
outro pois, como vimos, o bem estar de um depende do bem estar do outro. Isso
faz uma diferença! Também assemelham-se no modo como vêem o educando. Um ser protagonista
que requer ser desenvolvido no aspecto físico, intelectual, mental e espiritual.
Espiritual que não se reduz ao sentido religioso, mas sim à formação do eu
interior, muitíssimo valorizado na cultura.
Interessante notar que antes de qualquer atividade, e isso incluía os
seminários de educação que participamos, havia uma introdução que objetivava
levar os participantes à concentração, colocando-os na mesma frequência e
harmonia. Uma música, um mantra, uma atividade meditativa, uma dança conjunta,
uma construção de mandalas são exemplos que por lá vivi em diferentes ambientes
educacionais.
Assemelham-se ainda nos espaços físicos. Poucas coisas, sem luxo, contendo
apenas o que faz sentido usar. Curioso, que a maioria das escolas preferem o chão a vi mesas e
cadeiras. Em geral, professores e alunos sentam no chão, descalços e em círculo para não haver diferenciação entre o ensinante e o aprendiz. E tanto professores quanto alunos fazem os seus
registros em esquemas ou mapas conceituais, que sabemos que é uma excelente maneira de
organização do conhecimento externo e interno.
Apesar da não diferenciação, era claro uma hierarquia na instituição,
mas com relações bem integradas. Como exemplo, ilustro as refeições. Diretor,
funcionário, aluno, visitante, cada qual tinha o seu espaço. Mas todos comiam com
a mão, a mesma alimentação e lavavam os seus pratos. Linda metáfora.
Professor e Diretora do Centre for Learning |
O ambiente escolar era vivo e colorido. Pés no chão, literalmente.
Simplicidade em grandeza que desnudavam o meu ser, colocando-me de frente a
tantos condicionamentos. E para além do quociente intelectual (QI) e o quociente
emocional (QE), as instituições viviam o QG: quociente de Gandhi. A imagem
abaixo já diz tudo.
Nas próximas postagens contarei dos projetos específicos, daqueles que
me fizeram sentir e fizeram sentido. Serão
postagens divididas por cidades. Mas todos os projetos tem algo a nos
acrescentar. Acompanhe, aproveite.
Prof Lígia,
ResponderExcluirMuito obrigada por compartilhar tantos conhecimentos conosco.
Um grande abraço,
Carmem de Recife
Oi Carmem!!!! Guardar conhecimentos para que, não é? bj grande
ExcluirLígia, você é surpreendente.
ResponderExcluirGrande abraço,
João Rodrigues
João, que bom. Adoro surpreender. rsrsr
ExcluirQue interessante...realmente é um lindo projeto!
ResponderExcluirAbraço!
www.leticiatomsik.com
Lindo mesmo, Leticia. Aguarde os próximos. Show de boniteza! bjs bjs
ExcluirPrivilégio poder viajar pelos seus olhos ! Parabéns pelas percepções e narrativas. Mal posso esperar pelos próximos posts...
ResponderExcluirObrigada, Carlos Eduardo. Que bom que consigo fazê-los viajar junto. um beijo grande
Excluir