11 de fev. de 2015

136. EDUCAÇÃO PELO MUNDO: ÍNDIA E A EDUCAÇÃO GERAL


Tenho sentido urgência em conhecer os países, in loco, antes que a globalização tire deles o que há de mais interessante: a própria cultura com suas especificidades. Por isso, as últimas postagens trataram da cultura da Índia, que diz também da educação e da formação do ser. A Índia não é país que se destaca em educação. Mas, há projetos belíssimos que merecem ser compartilhados. Iniciemos com o que há em comum nas concepções e ações das instituições visitadas e que nos fazem refletir sobre as nossas.
Os projetos educacionais envolvem todos no processo. A equipe pedagógica, os alunos, funcionários, os pais. Cada um tem o seu papel definido e espera-se que o faça bem feito. E para fazer bem feito é preciso incluir o outro pois, como vimos, o bem estar de um depende do bem estar do outro. Isso faz uma diferença! Também assemelham-se no modo como vêem o educando. Um ser protagonista que requer ser desenvolvido no aspecto físico, intelectual, mental e espiritual. Espiritual que não se reduz ao sentido religioso, mas sim à formação do eu interior, muitíssimo valorizado na cultura.
Interessante notar que antes de qualquer atividade, e isso incluía os seminários de educação que participamos, havia uma introdução que objetivava levar os participantes à concentração, colocando-os na mesma frequência e harmonia. Uma música, um mantra, uma atividade meditativa, uma dança conjunta, uma construção de mandalas são exemplos que por lá vivi em diferentes ambientes educacionais.
Assemelham-se ainda nos espaços físicos. Poucas coisas, sem luxo, contendo apenas o que faz sentido usar. Curioso, que a maioria das escolas preferem o chão a vi mesas e cadeiras. Em geral, professores e alunos sentam no chão, descalços e em círculo para não haver diferenciação entre o ensinante e o aprendiz. E tanto professores quanto alunos fazem os seus registros em esquemas ou mapas conceituais, que sabemos que é uma excelente maneira de organização do conhecimento externo e interno.

Apesar da não diferenciação, era claro uma hierarquia na instituição, mas com relações bem integradas. Como exemplo, ilustro as refeições. Diretor, funcionário, aluno, visitante, cada qual tinha o seu espaço. Mas todos comiam com a mão, a mesma alimentação e lavavam os seus pratos. Linda metáfora.
Professor e Diretora do Centre for Learning
O ambiente escolar era vivo e colorido. Pés no chão, literalmente. Simplicidade em grandeza que desnudavam o meu ser, colocando-me de frente a tantos condicionamentos. E para além do quociente intelectual (QI) e o quociente emocional (QE), as instituições viviam o QG: quociente de Gandhi. A imagem abaixo já diz tudo.

Nas próximas postagens contarei dos projetos específicos, daqueles que me fizeram sentir e fizeram sentido.  Serão postagens divididas por cidades. Mas todos os projetos tem algo a nos acrescentar. Acompanhe, aproveite.

8 comentários:

  1. Anônimo2/11/2015

    Prof Lígia,
    Muito obrigada por compartilhar tantos conhecimentos conosco.
    Um grande abraço,
    Carmem de Recife

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    1. Oi Carmem!!!! Guardar conhecimentos para que, não é? bj grande

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  2. Anônimo2/11/2015

    Lígia, você é surpreendente.
    Grande abraço,
    João Rodrigues

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  3. Que interessante...realmente é um lindo projeto!
    Abraço!
    www.leticiatomsik.com

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    1. Lindo mesmo, Leticia. Aguarde os próximos. Show de boniteza! bjs bjs

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  4. Privilégio poder viajar pelos seus olhos ! Parabéns pelas percepções e narrativas. Mal posso esperar pelos próximos posts...

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    1. Obrigada, Carlos Eduardo. Que bom que consigo fazê-los viajar junto. um beijo grande

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