As próximas postagens tratarão de projetos educacionais visitados na
Índia. Serão postagens divididas por cidades. Viaje junto. Acompanhe, aproveite,
acrescente. Sempre há o que aprender e ensinar.
Das visitas feitas em Mumbai relacionados a educação, destaco a
renomada educadora Sophie Ahmed, que apresentou a mim e a Edna Marchini (grande
amiga e educadora) o modo de viver dos indianos, algumas atrações, as praias de
Mumbai (Chowpati e Juhu), sua coleção de brinquedos com exemplares do mundo
todo e o seu espaço educativo voltado à aprendizagem da criança mediante os
jogos e os brinquedos. Uma grande pesquisadora e uma lenda viva cheia de vida
em seus mais de 80 anos.
Na Billabong High International School, fomos recebidos pela querida
Lina Asher, uma australiana com sangue indiano, idealizadora e fundadora desse
projeto educacional, um dos mais importantes da Índia. Trabalham baseados nos
mecanismos cerebrais de aprendizagem, tema que venho defendendo e
compartilhando há anos. Possuem a
consciência de que, assim como os japoneses, os indianos desenvolvem mais o
hemisfério cerebral esquerdo. Portanto, investem em atividades que exploram também
o hemisfério direito, chamados por alguns neurocientistas como o hemisfério do
século 21, devido as suas especificidades. É o hemisfério capaz de enfrentar
desafios, pensar criativamente, ter visão sistêmica e inovadora. Valorizam ainda,
o desenvolvimento da inteligência racional
tanto quanto a emocional, outra competência de grande importância nos dias
atuais. E exploram as múltiplas inteligências numa prática democrática, que cria
diálogo entre o oriente e o ocidente, e que prepara o aluno para o hoje, sem
perder o olhar para o amanhã e as competências que se farão necessárias. Na
prática, percebi algumas contradições em relação ao discurso, não tão diferente
do que o que vemos por aqui. Afinal, para agir conforme nossas concepções
expressas é preciso primeiro tomar consciência dos condicionamentos incorporados,
que não são tão óbvios assim, para então transformá-los na experiência. Questão
de consciência, motivação e tempo. O mais importante estão fazendo: caminhando
e juntos.
Próxima parada, Muktangan um projeto inglês que tem uma escola de
formação docente com parceria de sete escolas municipais de comunidades
indianas educacional e economicamente marginalizadas. Formam seus professores em
teoria e prática, para que ganhem autonomia, multipliquem-se e impactem a política
por uma educação melhor. A primeira tarefa dessa formação é ensiná-los a falar
inglês para que formem as crianças nesse idioma que, na Índia (e no mundo), favorece
melhores oportunidades. No primeiro ano, os futuros professores aprendem
fundamentos pedagógicos. No segundo, conectam teoria e prática. E no
terceiro, vão à prática com foco nos
objetos da Pedagogia. Além de lhes ofertarem uma boa base, promovem-lhes grupos
de estudos e discussões entre professores, coordenadores, gestores para
trocarem ideias e conhecimentos por um bem comum. Participei desses dois
momentos: da formação dos professores e de sua atuação em sala de aula.
Interessante o processo. Partem de uma comunidade carente, formam seus agentes
para nela atuarem e transformarem em busca de melhores condições de vida.
Lembrando que ter melhor condições de vida não se resume a ter mais, mas sim, a
ser mais. Generosidade, responsabilidade e dignidade são marcas desse vivo
projeto que encanta e proclama com Gandhi: “Viva como se fosse morrer amanhã.
Aprenda como se fosse viver para sempre.” Um bom recado.
Próxima estação... Bangalore com dois projetos incríveis. Acompanhe.
Profe, que rica ê a sua vida. Onrigada por compartilha-la conosco.
ResponderExcluirUm beijo no seu coraçao,
Cris Santos
Cris, um beijo no seu coração também.
ExcluirCara Ligia Pacheco,
ResponderExcluirAssisti uma palestra sua em Florianópolis e amei. Sua didática e conhecimentos são incriveis. Eu nunca tinha pensado na importancia de desenvolver o hemisferio direito.
Torcendo para que volte logo.
Grande abraço,
Patricia Freitas
Patricia, é só me chamar que vou. :)
Excluirbj grande
Incrível os seus textos. Sempre incríveis.
ResponderExcluirParabéns!
Bia Santos