No pátio de uma escola, dois meninos brigavam de arrancar o couro,
enquanto as outras crianças pareciam soprar brasa, inflamando-os. A servente apenas
berrava, sem cessar, para que parassem. Até que duas crianças seguraram os
conflitantes e desta vez sopravam para esfriar. Perguntei à servente: “Por que
não os separou?” E debruçada na vassoura respondeu: “São os direito da criança.
Aqui mandam a gente não tocá nelas. Já pensou se vou apartá e deixo o braço do minino
roxo? Eles me processam, sabia?”(sic) Direitos das crianças. São tantos! Mas
muitas vezes, mal usados, seja pelos adultos que deixam de agir por
autoproteção, seja pelas próprias crianças, que muitas vezes se aproveitam deles
e ainda citam o Estatuto (ECA), em geral, de forma autoritária e
sócio-emocionalmente desequilibrada. Vi, li, ouvi diversas histórias destas. Não
nego aqui a importancia dos direitos da criança e do adolescente. Esta é uma
vitória de dar alegria. Mas, os direitos só fazem sentido se os deveres
estiverem sintonizados, caminhando junto. O problema é que as crianças e adolescentes
aprendem mais dos direitos do que de deveres. E fica desbalanceado, inclusive os
seus desenvolvimentos. Já é hora de valorizar e ensinar também os deveres. Que
tal começarmos pelo respeito ao direito do outro, o respeito às pessoas,
inclusive as que são ou pensam diferente de nós evitando brigas. O dever de
estudar, de cuidar, de cooperar, de aprender a ser responsável pela própria
vida e de assumir as ações. São tantos ainda, mas já temos um bom começo.
Direito sim. Deveres também!
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