A educação diz da cultura, que diz do ser. E na Índia, quase tudo tem
um sentido. Assim seguem outras curiosidades que contextualizam o cenário
vivido e nos ajudam a refletir também sobre nós e a nossa cultura onde se
insere a educação.
NAMASTÊ E SHUKRIÁH
Duas palavras mágicas. Shukriáh
quer dizer obrigado. E eles ficam bem felizes ao ouví-la. Namastê é uma maneira respeitosa de cumprimentar ou iniciar uma
conversa e quer dizer algo como: O meu deus interior saúda o seu deus interior.
É palavra que se diz também com corpo. Junta-se as palmas das mãos e curva-se o
corpo. E é mágico o que acontece quando os corpos se curvam.
PÉ NO CHÃO
Em todo e qualquer lugar que se
vai é preciso ficar descalço. E não só em interiores. Por isso, nada melhor que
uma prática sandália que se tira e põe. Alguns turistas usam um sapato de
algodão específico para tais locais. Mas como viver e sentir a Índia sem ter os
pés no chão?
DIVERSIDADE
A Índia é pluralista, multilíngue e multiétnica, e é de uma
plasticidade estonteante. A língua mais
falada é o Hindi, embora o Ingles seja uma língua bem difundida e que traz
oportunidades. Há deuses aos milhões, e há diversas formas para adorá-los, pois
a verdade única pode ser vista de diferentes formas e pessoas. Para Herman
Hesse, o indiano é o povo mais genial da Terra em termos de religiosidade. No
livro Minha Fé, diz que o hinduísmo, a religião dominante no país, com
capacidade de transformação criadora, e em milhares combinações, admitiu
elementos estranhos com infinita generosidade e tolerância. Exatamente como os
rostos e figuras dos deuses hindus de vários braços, tem essa religião mil
rostos, primitivos e refinados, infantis e másculos, suaves e sombrios em seus
diversos e contraditórios dogmas, ritos, mitos, cultos todos convivendo
pacificamente.
Exatamente como vi. E o respeito a diversidade pareceu-me um dos
pontos alto desse país, ainda que se veja longos e sangrentos conflitos como no
Paquistão e Caxemira.
ASHRAM
Estive em alguns e são fundamentais para acalmar a alma e o ouvido das
buzinas. Na antiga Índia servia como eremitério hindu para os sábios. Hoje
funcionam como um centro para promover a evolução espiritual dos seus membros,
orientados por um líder religioso ou um místico. (foto ashram urbano) Talvez o
mais importante que fui seja o SATYAGRAHA ASRAM, a beira do Rio Sabarmati, em
Ahmedabad, onde Gandhi morou por 12 anos, formou uma escola, desenvolveu uma filosofia (SATYA significa verdade e AGRAHA
significa firmeza, constância) para o movimento de resistência a não-violência
na Índia em prol da Independência do país, que ocorreu em 1947. Seis meses
depois foi assassinado. Hoje esse Ashram é um museu com pinturas, fotos,
cartas, manuscritos, relíquias pessoais, livros, ou seja, memórias concretas
que dizem da vida de Gandhi. E como ele dizia: “A minha vida é a minha
mensagem.” Mensagem que deixou clara: “Be the change you wish to see in the
world.” (Seja a mudança que você deseja ver no mundo.) Há ainda em
funcionamento um centro para crianças órfãs, que dá educação e envolve as
crianças em trabalhos manuais junto com a comunidade e as vendem em uma loja
local. Roupas, bolsas, almofadas, sacolas de presente, caixas, tudo feito a
mão.
ALIMENTAÇÃO
Poderia resumir a comida indiana em uma palavra: PIMENTA. Come-a do
café ao jantar, num prato grande acompanhado de potes menores para as várias
opções, na maioria vegetariana. Difícil era degustar os alimentos que nos
faziam soltar fogo pela boca e ventas. Dizem que a pimenta esteriliza os
alimentos. E acostumam-se desde cedo. Em geral, as crianças mamam por um ano,
sendo logo introduzidas ao ardor. No meu caso, os doces (Hum...) me salvaram.
Deliciosos. Curioso... (e dica implícita). O alimento é comido com a mão
direita. A esquerda é usada para se limpar. Há também talheres, mas pouco usam.
E é bem comum, colocarem a mão em nossa comida ensinando-nos a prepara-la.
A cultura não é uma maravilha? Como ousar dizer qual está certa?
No próximo post um pouco mais da Índia. Acompanhe, comente, aumente o
conhecimento. Deixe aqui a sua contribuição.
Que maravilha viajar com você!
ResponderExcluirObrigada por acrescentar cultura em nós.
Beijo grande
Leticia Ferreira
Leticia, Edgar Morin diz: Quanto maior a cultura geral, mais fácil se resolve um problema específico. Ou seja, ampliar cultura é tudo de bom.
Excluirbjbj
Amo demais todas experiências que nos proporciona através da leitura. Namastê;)
ResponderExcluirRibeiro Elanni Wiliam
Inesquecível Elanni,
ExcluirViver lendo também tem o seu valor, não?
bjs e saudades
Amo e sempre que posso compartilho as suas vivência e seus aprendizado querida professora Ligia Pacheco. Obrigada pôr nos presentear com suas viagens pelo mundo. Bjs grande querida.
ResponderExcluirGorete Barretto
Gorete, que bom que gostas e agradeço por compartilhar.
Excluirum beijo grande e saudades
Minha viagem super bem descrita no blog de minha amiga Ligia Pacheco. Vale uma leitura!
ResponderExcluirLucia Peçanha
Lucia, nossa viagem foi incrível! Bom poder registrá-la. bj grande
ExcluirLigia Pacheco estou amando reviver a India a partir dos seus olhos, percepções e imagens. Nossas almas se encontram em muitas nuances compartilhadas por vc e vividas por nós.
ResponderExcluirRecomendo o blog a todos!!!
Namaste!
Monica Samia
Monica, que bom que percebemos semelhanças. Que bom poder contribuir com vocês.
Excluirbj grande
Me identifiquei com a Índia em questão de andar descaço, mas não gosto de comer algo apimentado. Porém percebo que o Brasil é multicultural, temos muito das outras culturas, porque somos um povo que foi munido de outros costumes. Ai vem da nossa hístoria. Estou estupefato com sua série, Lígia. Parabéns. Consegue colocar tudo em um postagem clara.
ResponderExcluirAnderson, que bom que consigo colocar esse pensamento tão complexo em linhas organizadas. bj grande e obrigada pelo feed back.
Excluirbj grande