26 de fev. de 2014

95. OS FILHOS NOS REVELAM PARA O BEM OU PARA O MAL.


Trago um vídeo de dois irmãos. O mais velho consola o mais novo no processo de adaptação escolar de modo carinhoso, atencioso, cuidadoso. Mas também, revela um discurso já condicionado. Estas características, boas e não, não nasceram com ele. Foram aprendidas, especialmente, pelas ações, e não palavras, dos pais.
A principio, qualquer criança reproduz aqueles que a educam. Mais amadurecida, questiona o aprendido, ou nem nota tal possibilidade. Afinal, a criticidade também se ensina.
Sugiro que, desde sempre, cuidemos do que ensinamos, passemos discursos e ações pelo crivo da criticidade antes de apresentá-los aos filhos. Educar-se para educar é necessário.
A criança reproduz: “Você já é um homem, você não pode chorar.” Mas, por que um homem não pode chorar? Se existe choro, então deixemos chorar. E pensemos nos condicionamentos por tras das palavras. “Respira fundo.”, diz e assopra o rosto do irmão. A mãe deve fazer isso! Respirar fundo é ótima escolha para equilibrar o descompasso cárdio-respiratório da alma. E, continua: “Mamãe e papai vem buscar quando for na hora de buscar.” Filho revelando que pais verbalizam com clareza o compromisso transmitindo segurança. “Entendeu?”, diz ao mais novo. “Entendeeeeeuuu!!!”, responde o pequeno. E logo busca-se novo foco. “Quer ver meus desenhos, quer?” Perfeito! Chorar é bom, mas parar também é. Tudo se ensina. Que criança mais fofa!
Atenção! Um filho em ação, para o bem e para o mal, revela a educação recebida. Você gosta do que se revela?

21 de fev. de 2014

94. A ESCOLA IDEAL: QUAL O MEU PAPEL NESTA SEARA?


Este mes, fiz uma palestra para pais, diretores, coordenadores e professores de uma escola de Educação Infantil. Discutimos a escola ideal para o desenvolvimento da criança e o papel de cada um nesta conquista. Uma escola ideal requer pais, alunos, equipe pedagógica e sociedade ideais. Mas o que temos? Pais, alunos, equipe pedagógica e sociedade reais. Como aproximá-los?
Algumas dicas: Perceber que a escola ideal depende de uma época. O ideal de ontem, não é o de hoje. Lembrar que a escola é feita de gente, logo não está isenta de falhas. A escola deve se aproximar de seus ideias de homem e de mundo. Feita a escolha, trava-se uma parceria: escola-família. Sem ela, os pais deixam um pacote na escola, e não um filho. E por fim, cada um tem o seu papel pelo “ser ideal” da escola: pais, escola e alunos. Quais são?
Para mim, à escola dos pequenos, cabe adequação, segurança inovação em recursos materiais. Aprimoramento, fundamentação e encantamento de todos os envolvidos. Ensinar a 'aprender a aprender', diversificar aprendizagens ao desenvolvimento integral, acolher e orientar pais e crianças sem distinção. À criança, cabe perceber e construir o mundo e a si. Abrir-se às aprendizagens e ao desenvolvimento integral. E, aos pais, cabe conhecimento da proposta pedagógica da escola e de sua organização. Adequar-se às regras comuns e colaborar para que o ambiente escolar seja preservado. Ensinar e educar o filho para uma atuação autônoma e responsável consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Esta junção pode resultar na escola dos meus sonhos.

17 de fev. de 2014

93. NO AR


Está no ar no Canal Assembléia, no Programa Espaço Livre, o debate que participei neste mes.

Tema: QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS JOVENS DE HOJE?

Neste gostoso e produtivo bate-papo, tivemos a mediação de  Aureni de Almeida, o psicólogo e sociólogo Walter Takemoto, o sociólogo e professor da UFAL Antonio Mateus e eu.
Confiram.


PS: Pode ser visto também pela NET, canal 14.

4 de fev. de 2014

92. O JOVEM DE HOJE FOI A CRIANÇA DE ONTEM E SERÁ O ADULTO DE AMANHÃ: ESTAMOS EM BOAS MÃOS?


Participei de um debate no programa “Espaço Livre” da TV Assembléia Legislativa da Bahia com doutores em Sociologia e Psicologia. O tema: Quem são os jovens de hoje? Defendi que é impossível falar de uma geração sem contextualizá-la. O jovem de hoje vive numa transição de paradigmas, e já iniciou uma revolução cultural. Ainda despreparados e desbussolados vão fazendo o caminho ao caminhar, enquanto constroem uma nova ordem social, não há como negar. Como melhor prepara-los?
Até a minha geração havia uma ordem hierárquica, um mundo padronizado e disciplinado. Como filhos do iluminismo buscamos em tudo uma “razão de ser” e em todos um “deve ser”. O futuro previsível era a projeção do presente. Ordem e progresso com esforço, dedicação e competência. Os rebeldes iam contra aos padrões pré-estabelecidos, com luta e responsabilidade coletiva, não é companheiro? Mas hoje, é possível ser rebelde? Ir contra a que padrão? Vivemos num mundo despadronizado, sem bandeira comum, com monólogos articulados em redes sociais. Um mundo mix, viral, do espetáculo onde a ‘demonstração’ foi substituída pela ‘mostração’. Sem um caminho pré-estabelecido, cabe ao jovem inventar uma vida singular e imprimí-la no mundo. Que tarefa! Todavia, faltam-lhe várias referencias e base. Que recursos possui para se inventar?
Generalizando, esta geração nasceu em época de prosperidade econômica, da globalização e novas tecnologias. Nativa digital, foi educada na infância e adolescência com muitas atividades, facilidades e consumismos, e acostumada a ter e a fazer tudo o que quer, na hora que quer. Teve poucos exercícios de responsabilidade e autonomia, inclusive com a própria vida, mas inúmeros reforços para elevar a autoestima, criando-lhe a ilusão de que pode ser tudo o que quer. E que não lhe façam críticas! Tornou-se uma geração multitarefária, imediatista, impaciente, individualista, impulsiva, insaciável, anisosa. E, com visão inflada de si, feroz ambição e certa arrogância, sai ao mundo sabendo que o seu futuro é a invenção do presente, confiante de que por merecimento, e sem esforço, destacar-se-á na multidão. “Curte lá no instagran!” Mas, logo percebe que suas expectativas estão fora da realidade, sente-se distante do seu sonho de felicidade e ainda percebe-se em inúmeros conflitos nas relações pessoais e profissionais. Óh céus, óh vida, óh azar! Que tédio!
Mas há como evitar e ajudar. Basta educar seu filho para o mundo real, para viver o processo, que nem sempre é feito de flores e/ou é imediato. Se hoje é preciso inventar-se, é preciso criatividade. Para tê-la é preciso conhecimentos experimentados, que requerem liberdade de ação e com ela, responsabilidade e autonomia, e consciência de que não se é o centro do mundo.
Aproveitemos do inventar criativo e responsável para melhor formar nossos filhos! Ajudemos a bem canalizar as tantas ideias e energias. Preparemos o futuro cuidando do presente e façamos como Fleming: Onde todos viram fungo, vejamos penicilina. Fé na vida, fé no homem, fé no que virá... vamos lá fazer o que será.