O post que segue foi escrito por Gabriela Pacheco (19 anos) e Camila
Pacheco (17 anos), minhas filhas. Contam uma experiência que tiveram nesta
semana. Ouvir os filhos é muito bom! Ajuda a conhece-los, a identificar ‘o que’ e ‘como’ está o que ensinamos, a avaliarmos a educação dada para, se necessário, fazer os ajustes necessários. Ouvir os filhos é muito bom e necessário. Com a palavra... Gabi e Camila.
TRABALHO VOLUNTÁRIO
Era uma manhã
de sábado diferente. Estávamos a caminho de uma nova experiência: realizar
o sonho de uma comunidade carente. Nos juntamos a um projeto chamado
“Guerreiros sem Armas”, que engloba 60 pessoas escolhidas no mundo
inteiro para juntas identificarem e realizarem o sonho de
uma comunidade. O processo não é fácil, eles ficam durante um
mês morando próximo a comunidade e, durante esse tempo, devem ouvir
da comunidade qual o maior sonho deles. Para definir esse sonho, esses
guerreiros passam por várias etapas, começando ao observar a comunidade,
depois entrosar, ouvir histórias, até chegar em um consenso final de um
sonho. Após essas fases, é construída uma maquete que permite que todos
visualizem como ficará o sonho. Depois disso, é chegada a hora do milagre:
em 4 dias, o sonho deve ser realizado. E foi desse fase
que participamos! Vale mencionar que o principal objetivo
desse projeto era mostrar para a própria comunidade que eles
tinham todos os recursos necessários, e que só precisavam se mobilizar
e se organizar para construir esse e tantos outros sonhos.
Sendo assim, todos os recursos deveriam vir da própria comunidade.
Estávamos a
caminho sabendo que precisávamos estar dispostas a fazer o que fosse
preciso pra tornar o sonho real. A comunidade, conhecida como “Caminho da
União”, fica em Santos-SP. Chegando lá, nos unimos aos “Guerreiros”
e discutimos o sonho da comunidade: construir um Centro Cultural.
Começou então, a parte do planejamento: fomos todos divididos em 4 grupos,
dentre eles, o primeiro era responsável pela construção estrutural do
Centro Cultural; o segundo, tinha como função construir o mobiliário
interno; o terceiro, ficou com a tarefa de fazer uma horta; e o quarto,
deveria criar e construir algum produto que gerasse renda para a comunidade
e que eles pudessem produzir e vender a partir de então. Escolhemos
o grupo do mobiliário, e ali começamos a colocar a mão na massa!
O dia foi
intenso, debaixo do sol e rodeadas de crianças que se dispunham a ajudar.
Começamos arrecadando garrafas PET, caixas, tintas, pincéis, estofados,
tecidos, e com muita energia para ajudar! E então a lavar garrafa
PET daqui, pintar caixote de lá, enquanto os outros grupos faziam a
fundação, iam atrás de madeira, plantavam, arrecadavam outros materiais. Enfim,
foi um dia rico de experiências, de trocas, de sorrisos, de suor, de
trabalho, de risadas, de realizações! A todo momento éramos rodeadas de
crianças, que grudavam nos nosso braços, e era o dia inteiro “tia” pra cá,
“tia” pra lá. Pouco tempo depois de nos conhecermos, já estavam nos nossos
colos, fazendo carinho, mexendo no cabelo, ajudando a pintar e faziam
daquilo uma diversão. No final da tarde, resolvemos dar um passeio comunidade
a dentro. Carregando crianças no colo, que nos mostravam o caminho, saímos
pelas ruelas, conhecendo de tudo. E foi impactante! Por um lado, crianças
na rua dançando, brincando, se divertindo, adultos sentados conversando,
ouvindo música, jogando baralho. Por outro lado, faltava
saneamento básico, faltava estrutura, faltava parede, faltava chão,
faltava educação, faltava limpeza, faltavam condições para se viver
como seres humanos.
O sol já se
punha, era chegada a hora de partir. Havia mais 3 dias de construção pela
frente, mas nós só participaríamos do primeiro. Estava na hora de nos
despedirmos. Abraçamos as crianças, que nos agradeciam, que ainda riam, e
muito se divertiam. Olhamos para trás e nos demos conta da realidade
que estava ali. Voltamos então pra casa, conversando sobre tudo o
que havíamos vivido naquele dia. De fato, a grande mudança
tinha acontecido dentro de nós. Tudo aquilo tinha mexido
muito conosco, nos deu uma visão de mundo diferente. Por outro
lado, sabíamos que a comunidade já não era mais a mesma: agora, mais
do que nunca, se deram conta de que podiam sonhar. Pela primeira vez,
talvez, eles se viam na posição de doadores, ajudantes, fornecendo o
material necessário para a construção de um sonho. Sonhar era possível!
Foi realmente maravilhosa a experiência! E muito bom poder ser ouvida! Obrigada por sempre nos ouvir e aconselhar! Te amo muito
ResponderExcluirCamila, maravilhoso é ver você achar maravilhosa a experiência. Parabéns pelo trabalho, por sentir a necessidade e realidade alheia e se dispor a fazer a diferença. Parabéns! Amo você.
ExcluirMila Pires
ResponderExcluirAhhhh que maravilha !! Parabéns Ligia, Gabriela e Camila, vcs realizaram um importante trabalho !!(valeu ouvi-las minha faceamiga!!) Bjos.
Que delícia é ver os filhos florescerem... Obrigada Mila querida. beijo
ExcluirEdna Marchini
ResponderExcluirO principal objetivo já foi atingido: a mudança de pensamento de um grupo de jovens, a formação de pessoas melhores, solidárias e proativas. Parabéns para as três...beijos
É muito bonito de se ver, não? Há jovens muito especiais por aí. O que me dá muita esperança no hoje e no amanhã. um beijo grande
ExcluirA transformação vem primeiro em quem participa, e pode se doar um pouco. Uma historia muito linda, que retrata a educação dada e principalmente recebida por essas jovens meninas. Parabéns!
ResponderExcluirKely Nunes
Kely, isso é uma delicia! Enquanto transformamos somos transformados. Enquanto ensinamos, aprendemos. Enquanto educamos somos educados. Enquanto amamos... beijo, beijo.
ExcluirQue experiência maravilhosa vcs tiveram, Gabi e Camila! Certamente o que nos transforma e enriquece a alma é fazer a diferença na vida de outras pessoas. Parabéns, Ligia Pacheco, pelas lindas filhas
ResponderExcluirMarileide Netto
Marileide,
ExcluirQue maravilha é ver os feitos dos filhos, não? beijo grande.