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Há alguns anos, levei minhas
filhas para ver a exposição de Albert Eckout no Instituto Ricardo Brennand em
Recife. Estudavam na época o Brasil Holandês (1630 - 1654) e Eckout havia feito
parte da comitiva científica e artística de Maurício de Nassau para documentar o
nosso mundo. Fomos buscar sentido, identificar, complementar, inquietar-se para
além dos estudos. Ao final, sentamos num gramado para admirar o lago cheio de
aves. Chamou-me a atenção os cisnes, e a representação que me vinha a mente:
lindos e elegantes cisnes brancos. Mas havia lá os raros cisnes negros que me
puseram a pensar e com elas compartilhei. Pedi que observassem o lago e notaram vários
cisnes brancos e bem poucos negros. Então perguntei: “Se eu tirar um cisne
branco irão perceber?” E elas responderam prontamente: “Não”. “E se eu tirar dois? Cinco? Oito?”,
reperguntei. E as respostas eram iguais: “Não, não perceberemos.” “E se eu
tirar um cisne negro, apenas um?”, indaguei. Elas riram da obviedade: “Aí sim
perceberemos.” E então eu disse: “Sejam cisnes negros!” E com linguagem de
criança conversamos da pequenez em ser massa social, ser igual e ser comum, ser
padronizado e ser mais um, ser previsível dentro das expectativas comuns. E o
quão bom é ser raro, diferente, notável, surpreendente, envolvente. Mas
lembrei-as que a maioria prefere os cisnes brancos, pois se reconhece neles, e
teme e ataca o diferente. Por isso, ser cisne
negro requer ousadia, garra, coragem, autoconfiança, autoconhecimento, vontade.
Ser maioria é fácil. Ser raro e liberto é para poucos.
Na próxima postagem, um exemplo concreto de uma criança que intuitivamente já se mostra um cisne negro.
É preciso praticar ser diferente. Penso em como tentamos de verdade ser iguais, para não despertar atenção, para ser aceito, para não ser criticado... Uma reflexão que vale começando por nós mesmos, "os grandes", e para ser levada aos "pequenos". Muito boa!
ResponderExcluirGisa, voce tem razão. Há que começar por nós. Afinal, não se ensina verdadeiramente o que não se sabe ser. beijo grande
ExcluirMuito Bom! Tive a felicidade, se assim posso dizer, de ter tido várias referências em minha trajetória de vida, (sempre muito boas) e com isto creio ser desprendida de certas convenções. Algo natural e pontual em minha formação, seja pessoal ou profissional....creio que fui assim levada a amar muito a vida... ousar (as vezes com medo), aprender, observar e ouvir muito. Em relação as crianças...sempre incentivo a serem crianças!!!
ResponderExcluirCida, também tive o privilégio de ter esta formação desprendida de convenções. E assim como você, ouso e tenho medo. Mas lembro que do mesmo jeito que não haveria luz se não fosse a escuridão, não haveria coragem se não fosse o medo. beijo grande.
ExcluirExcelente texto!!! E uma ótima forma de mostrar isso para as crianças!!!
ResponderExcluirAcho cada vez mais difícil encontrar cisnes negros por aí, num mundo tão padronizado!! Mas "plantar essa sementinha" na cabeça da criança é uma boa forma para conscientizar sobre isso!!!
Beijos,
Dani
Dani, é bom não encontrar tantos cisnes negros por aí. Afinal, se assim fosse, não seriam raros. E é mesmo bom plantar a semente nas crianças, mas cuidar para que vinguem, se fortaleçam até ganharem autonomia para deslizarem por si só pelo imenso lago chamado mundo. beijo grande
ExcluirLindo texto....Amei por demais....Um brinde a diversidade,respeito e amor !!!
ResponderExcluirTeresa, um brinde! Tim tim. beijo grande
ExcluirAqui em Tamboré - Alphaville, há três lagos e vários cisnes, patos marrecos, flamingos, aves migratórias e um casal de cisnes negros. Eles têm o bico vermelho e chamam a atenção pela elegância, beleza e diferença. Quando vierem me visitar os mostrarei.
ResponderExcluirDagoberto, por muito tempo a ciência acreditou que não havia cisne negro. E ainda hoje há muito gente que nunca os viu. Será um privilégio ver um cisne negro admirar a elegância, beleza e diferença de outros cisnes negros. beijo grande
ResponderExcluirMaria Peralta Lígia, amiga, uma coisa tenho que confessar: estou encantada por está aqui, para que minha filha possa ser esse cisne negro. Para que ela aprenda a construir sua historia de maneira autonoma, confiante e ousado, pois do contrario seria muto difícil ela fazer isso onde estava.
ResponderExcluirGrazielle Medeiros Querida Ligia Pacheco, tenho absoluta certeza de elas sempre serão belos e surpreendentes Cisnes Negros. Beijos menina.
ResponderExcluirRodrigo Carvalho Bela mensagem reflexiva, atualmente o mundo proporciona que sejamos casa vez iguais em todos os sentidos social, cultural que seja, chegamos ao um ponto que ser diferente e algo anormal, vivemos padronizados. A mensagem traz um pensamento que esse diferente e algo que devemos despertar, ser o diferencial e inovador e primordial em nossa sociedade, com ele e que nos faz crescer.
ResponderExcluirPaulo Flores: Seus textos são sempre fantásticos.
ResponderExcluirWellington Barbosa: Linda mensagem! Obrigado por compartilhar conosco suas reflexões e suas experiências. Sucesso pra você. É uma honra tê-la conosco aqui. Bjs
ResponderExcluirCamila Pacheco: Lembro bem dessa lição! E tento todos os dias ser um cisne negro e me destacar! É muito importante não ser apenas mais um, precisamos fazer a diferença! Beijos e te amo!
ResponderExcluirGabriela Pacheco: Bem me lembro! Ah que saudade de filhosofar com você... Desde pequena, hein. Profundidades diferentes, mas ainda assim, filhosofias... te amo! e obrigada por ter me ensinado a gostar disso
ResponderExcluirDaniele Araujo: Linda e sábia lição!! Temos que ensinar aos nossos filhos fazerem a diferença.
ResponderExcluirDaniele Araujo: Linda e sábia lição!! Temos que ensinar aos nossos filhos fazerem a diferença.
ResponderExcluirPaula Penteado: Lembro desse dia. Tive o privilégio de passar tantos momentos como esses com vcs. São mesmo mto queridas e amadAS. bJS
ResponderExcluirMiguel Vieira Jr: Abrir mão da zona de conforto não é tarefa fácil. Como sempre, um texto provocativo, que me motiva a motivar o filho. Ele, assim tão pequeno e frágil, não percebe o quanto me provoca a ser mudança todo dia também.
ResponderExcluirWânia Viegas: leitura certa, na hora certa, pra pessoa certa, rssss.... amo muito!!
ResponderExcluirGisa Hangai: E viva as diferenças, a coragem e o respeito.
ResponderExcluirSolange Conde: Aprender a fazer diferente, ir além do que costumamos fazer e ir de encontro ao sucesso. É a hora de" pensar fora da caixa". Parabéns Ligia, por mais um texto magnífico! Beijooo...
ResponderExcluirFátima Reis: "ser cisne negro requer ousadia, garra, coragem, autoconfiança, autoconhecimento, vontade. Ser maioria é fácil. Ser raro e liberto é para poucos." Desde muito pequenos somos condicionados a não sair do padrão. Nem todas as crianças tem o privilégio de serem incentivadas a serem "cisne negros", pelo contrário, crianças e até adultos que fogem ao padrão são discriminados e excluídos e como somos seres pertencentes nos tornamos iguais até quando queremos ser diferentes.
ResponderExcluirMicheli Seixas: Que lição linda Ligia Pacheco necessária a ser praticada e, ensinada. Principalmente, aos nossos filhos. Sejamos cisnes negros sempre. Beijos!!!!
ResponderExcluirSilvana Furtado: Vale a pena sim amiga! A mesmice me dá tédio! kkkkkk
ResponderExcluirGorete Barretto: Texto lindo!
ResponderExcluirBete Attene Gregor: Que texto lindo!! Nem mesmo os dedos de nosss próprias mãos são iguais, e não paramos para perceber e refletir sobre isso. Amei o texto, depois de algumas e muitas tentativas para conseguir abrí-lo rs mas valeu a pena!!! Bjs Ligia Pacheco tão querida e tão firme em sua colocações. Adooooro!!
ResponderExcluirDifícil ser um Cisne Negro, mas a vida nos impulsiona a isso. Porém, como dizia D. Canô: Viver é pra quem tem coragem...E eu digo: ser Cisne Negro é pra quem tem medos e ousadia, ou não. Em terras de Cisnes Negros, o branco é o diferente. Tudo depende muito também de quem está a observar esses Cisnes. Lindo texto.
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