Fui a China buscar entender melhor a educação escolar e familiar deste
país. E mais uma vez concluí: a cultura diz muito do seu povo. Assim, convido-o
a ler estas impressões buscando isentar-se, na medida do possível, da cultura
que nos faz.
A política do filho único, para controle populacional, traz consequências
em vários setores. As famílias são muito pressionadas socialmente e
financeiramente, recebendo multas elevadas se não cumprirem a ordem. E levam
isso a sério.
A possibilidade de um único filho faz com que o deficiente seja considerado
uma mancha na vida familiar. É comum abandoná-lo em instituições específicas ou
deixá-lo morrer. Assim como fazem com as crianças que nascem sem um lar
institucionalizado.
Por anos, a ideologia chinesa valorizou o sexo masculino. E por só
poder ter um filho, as meninas eram abandonadas, mortas ou entregues à adoção. Todavia,
hoje, com mais acesso à educação, as mentes estão sendo mudadas. Aliás, nota-se
que o sexo feminino está em alta. Nas escolas era frequente ouvir o elogio à
supremacia feminina nos estudos e na aprendizagem.
Tal política favorece ainda um excesso de zelo, mimo e de expectativas
nesta criança única. Além disso, é comum os avós morarem junto com a família. Era
frequente ver pelas ruas crianças cercadas de adultos fazendo as vontades dos
pequenos imperadores. Mas isto não permanece assim. Há uma virada drástica
nesta relação afetiva. Aguarde a próxima postagem.
Parabéns, minha filha, você está fazendo um ótimo trabalho. Não se empolgue com o sucesso. Faça o bem-feito e largue. Não se apegue à obra.
ResponderExcluirBeijos de seu pai Ego Zero.
Pai Ego Zero, meu ego está longe de estar zerado.rsrs Tenho muita satisfação ao ver um trabalho que dá trabalho ser reconhecido em diversos países que eu nem sonhava alcançar. Aliás, não seria isso o que nos motiva a continuar? As neurociências dizem que sim. E eu concordo. E não há como se apegar a obra. Colocar um conteúdo na internet é um grande exercício de desapego. Coloque o seu nome no Google que terá uma surpresa ao ver seus escritos espalhados por aí, ora com citações adequadas, ora copiados sem cerimonia. Mas sigo minha meta: divulgar, compartilhar e contribuir com a educação. bj grande
ExcluirMais do que ir a China, mais do que tentar absorver tudo de rico que eles tinham para ensinar, você ainda compartilha! Muito obrigada. Assim só me enche de orgulho. Ansiosa para a próxima postagem!
ResponderExcluirGabi, este é um dos meus sonhos: viver, aprender e compartilhar. De que serve guardar o que se aprendeu? Quanto mais disponibilizamos, mais espaço abre-se para novas aprendizagens. Amo você e obrigada por este carinho tão deliciosamente grande. bj bj
ExcluirSe a arte está no viver e na existência do ser humano, por que não estaria na cultura e na educação? Creio que a cultura nos permite praticar a empatia, sermos empáticos e assim compreender melhor o outro, sentir o que o outro senti, de aprender de modo como o outro aprende. Parabéns Lígia, o filho único, quatro avos para um único neto, são detalhes que fazem a grande diferença. Sucesso sempre!!!
ResponderExcluirAna Guimarães...bem lentinha.
Ana Lucia, ni hao! Zao shang hao!
ExcluirTem coisa melhor do que viver e existir? rsrsr Sinto-me uma privilegiada por isso. Em relação a experiência que tivemos de visitar outra cultura e observar de perto o que ali acontece foi também um presente, não? Inclusive para compreendermos melhor a nossa. Como a cultura nos faz! Fico sempre atenta a isso. bj grande
Eu adoro estudar o impacto da cultura na relação entre as familias...já estou ansiosa pelo proximo post!
ResponderExcluirwww.leticiapsicologa.blogspot.com
Leticia, eu também adoro. E quanto mais conhecemos de outras culturas, melhor entendemos a nossa própria, já reparou? um beijo grande
ExcluirFascinante experiência, amiga! "O poder que cada ser humano tem (a liberdade de escolha) de dirigir sua própria vida, possibilita que reinvente a si mesmo, mude o seu futuro, e influencie de modo intenso o restante da criação" (Covey, Stephen). Abraços. Almir
ResponderExcluirAlmir, verdade! Afinal, como seres inacabados e cientes de que podemos ser sujeitos da nossa própria vida nos possibilita reinventá-la sempre. Que delícia isso é! bj grande
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Ligia...A abolição da política do filho único, poderia ser uma saída, porém, pode não ser suficiente para trazer a taxa de natalidade a um nível "saudável" por causa de outros fatores. Além do debate sobre a lei em si, os críticos dizem que a forma como ela é implementada leva a abusos generalizados, incluindo abortos forçados, porque muitos governos locais dão prêmios ou penalizam os oficiais com base no quão baixo eles conseguem manter o número da população local.
ResponderExcluirAgradeço por compartilhar seu post no Grupo Aprender
https://www.facebook.com/groups/grupoaprender/ Abraços...
Patricia, Um país com 1 bilhão e 300 milhões de habitantes é preciso mesmo ter um controle de natalidade. Mas é mesmo cruel o modo como os chineses lidam com o "excesso". Há hoje uma abertura para se ter mais de um filho, desde que seja após 4 anos e se os pais dos novos pais não tiverem tido mais de um. Explico: O especialista que me contou isso estava para ser pai em menos de um mes. E só poderia ter este filho mesmo, visto que era gêmeo, ou seja, os seus pais tiveram, ainda que naturalmente, dois filhos.
ResponderExcluirTambém agradeço a sua colaboração por aqui.
Grande abraço
É difícil definir essa emoção onde ainda prevalece a preferência do sexo masculino, mas o bacana neste texto maravilhoso é o foco nos casais que vencem pela experiência de um único filho, e sua maravilhosa observação no “reajuste” (no sentido cultural) onde se cria espaços convenientes e adequados para as crianças. Não sei se usei o termo certo rsr... Mas já se nota essa mudança cultural que é meio caminho andado para a felicidade das crianças, que não deve ser fácil..
ResponderExcluirBete, os chineses estão mesmo repensando esta tensão sobre as crianças. Há muita coisa boa na educação deles, mas há também as que precisam ser repensadas. E eles tem feito isso. Mas, mudar cultura não é fácil e leva tempo. bj grande
ExcluirAQUI PODERIAMOS TER ESSE CONTROLE. ABS. CARLA
ResponderExcluirCarla, nós não precisamos deste controle. Ele já tem acontecido naturalmente, não acha? Muitas famílias já tem optado pelo filho único. Eu prefiro assim, deixar para que cada família decida. No caso da China é diferente. Eles tem 1 bilhão e 300 milhões de habitantes. Há mesmo que controlar. bj grande
ResponderExcluirLigia, muito bom poder entender um pouco mais a cultura chinesa através dos seus olhos. É tudo muito complexo. E eles são radicais. Me chocou a questão do deficiente. Acredito sim que um país tão grande como a China tem que ter limites e controles, mas o direito a vida....e a uma vida digna como fica? Culturas e culturas...Choques e conhecimentos. Isso é mágico. Obrigado por compartilhar. Um abraço.
ResponderExcluirMarcos, pelo que notei eles não tem problema algum com o aborto. Se ficamos chocados com isso, deveríamos repensar o nosso modo de abandonar as crianças na rua e nas cracolândias da vida. Choca sim, aqui e lá.
Excluirum abraço e obrigada por suas colaborações.
Não é de hoje que me interesso pela cultura Chinesa, tem um ótimo livro que retrata a China (antiga), AS BOAS MULHERES DA CHINA, é similar a forma de países como Afeganistão tratar suas mulheres, apesar do enfoque deles se dizer ser para preservar as mulheres, concordo e dicordo,ótimo texto.
ResponderExcluir