13 de jun. de 2011

14- A PROTEÇÃO QUE DESPROTEGE.

Dr. Alexandre é um pediatra muito querido, que cuidou de minhas filhas quando moramos em Fortaleza. Em toda consulta, eu levava uma lista de perguntas sempre óbvias, cujas respostas, no fundo, eu já sabia. Mas, surpreendi-me ao perguntar sobre as vitaminas essenciais à criança. “Vitamina S.”, ele respondeu. Vasculhei o “S” na memória, em meu repertório de letras vitamínicas, mas não o localizei. E logo investiguei: “Em que fruta ou verdura a encontro?” E o Dr riu: “É “S” de Sujeira!” Dizia que proteger demais o filho, não cria imunidade. Ou seja, assim como na vida, proteger em excesso, acaba desprotegendo. Não dava medicamento em vão, dizia que também desprotegia, e cuidadosamente tratava de tudo. Mas parabenizava coisas engraçadas, que me faziam pensar cada vez mais na relação entre a experiência da criança e a super proteção do adulto. Elogiava se a criança estivesse com piolho, pois era sinal de que estava interagindo com outras crianças. O bicho de pé também era bem vindo. Sinal de que interagia com animais. Dor de ouvido? Muito bom. Garantia de que a criança nadava. Parabéns até para os pontos embaixo do queixo. Sinal de que a criança brincava, vivia, era ativa. Entre outras, Dr. Alexandre me ensinou que os filhos sobrevivem apesar de nós, que a proteção exagerada desprotege e que ter oportunidades de vivencias diversas é fundamental ao desenvolvimento deles. Colocá-los numa redoma, não irá protegê-los. Pelo contrário. Mas isso o Dr. já sabia!

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