31 de mai. de 2011

6- EDUCAÇÃO DE PAIS E FILHOS I

Na postagem anterior, levantei 3 pontos a serem refletidos na educação dos filhos que passam também pela educação dos pais. Vejamos por outras facetas, e um por vez.

1. PAIS E FILHOS SÃO SERES INACABADOS

“Não somos, estamos sendo”, dizia Paulo Freire. Sim, somos incabados e espero que nunca prontos, nem pais, nem filhos.



Atenção ao quadrinho!
É bom refletir, conhecer, buscar entender a situação e o nosso desenvolvimento. Devemos incentivar a criança aos questionamentos, ainda que pareça ser só para “matar” a aula. Ajudá-la nessa reflexão, e na percepção de que é grande responsável pela construção do seu ser. Não basta ignorar o fato, as dúvidas, as angústias. Filosofar é bom em qualquer idade. FILHOsofar então, hum... é muito bom. Principalmente por se tratarem de seres, pais e filhos, que "estão sendo", aprendendo a SER nos vários papéis da vida. 
A vida é sim cheia de mistérios. E nós também. Prestar e dar atenção às nossas ações e às ações do filho ajuda a perceber o que é preciso mudar para proporcionar uma melhor construção tanto dos pais quanto dos filhos. FILHOsofe!

28 de mai. de 2011

5- ENSINAR E APRENDER

Foi-se o tempo em que acreditávamos que só os adultos podiam ensinar as crianças. Hoje sabemos que tudo e todos ensinam, para um bom desenvolvimento ou não. E, quem for atento perceberá o quanto aprende ou pode aprender com a criança. Não é um ensinamento novo. Jesus já nos alertava: “assemelhai-vos às crianças”. E é mesmo bom aprender com ela, com sua simplicidade, curiosidade, veracidade, sinceridade, transparência, com seus poucos condicionamentos sócio-culturais. Ajuda-nos a repensar a educação dos filhos, a nossa própria e muito mais.
A educação de filhos passa a todo instante pelo ensino e pela aprendizagem, que são processos que se complementam como as duas faces de uma mesma moeda. Para ensinar é preciso ter o que aprender e ter o aprendiz. Para aprender é preciso ter um ensinante que tenha o que ensinar. Ah, se isso bastasse! Bastaria um pai e um filho para que acontecesse uma boa educação. Mas não é tão simples assim. Por ora, é importante perceber três pontos: 1- Que pais e filhos são seres inacabados e em constante construção. Ambos com potencial para serem ensinantes e aprendizes. 2- Que é melhor ensinar quando se sabe aprender e viver o que se ensina. Pois, os filhos aprenderão mais facilmente pelos modelos de ações do que pelas palavras. 3- Que ao ensinar aprendemos e ao aprender ensinamos. Ou seja, a educação ocorre em ambos, em pais e em filhos. Atente-se, ensine, aprenda e faça valer a educação entre pais e filhos.

27 de mai. de 2011

4- A TRILHA NÃO É O TRILHO.

Cada criança é única e vai se formando a partir das experiências que tem. Nem sempre o caminho que o filho trilha ou sonha vai de acordo com o que imaginávamos. Mas quem disse que os filhos são felizes com os nossos sonhos? Assim, não coloque “trilhos” para o seu filho seguir, mas sim, crie oportunidades de desenvolvimento, dê base, apoio, e ensine o seu filho a desejar e a trilhar o próprio caminho. De quebra, aprenda e se surpreenda com ele.



26 de mai. de 2011

3- MATA-SE POR AMOR

Quando eu era pequena distribuíam pintinhos em qualquer feira de animais. Juntávamos a criançada e íamos brincar com eles. Lembro que colocávamos na cama, deitados no travesseiro e cobertos assim como nós. Após muita insistência, aprendemos que ave não se deita, e nem dorme na hora que a gente quer. Então, exageradamente, abraçávamos, beijávamos, apertávamos contra o peito aquelas bolinhas amarelas com gravetos que formavam pés. Mas logo outra lição: excesso de amor sufoca e mata. Era preciso ser bem forte para aguentar nosso imenso amor, transformar-se em frango e ganhar o Parque da Água Branca (SP), para onde levávamos os sobreviventes.
Mas o que isso tem a ver com pais e mães? Tudo. Amor demais, também sufoca e/ou mata. Conhecemos várias histórias que tratam disso. Mas, vamos pensar mais simbolicamente. Matar desejos, sonhos, realizações, sentimentos, comportamentos. Sem querer ou perceber matamos desenvolvimentos de nossos filhos. Por amor! Parece instintivo querermos controlar nossa família, ter os filhos literalmente nas mãos, protegendo-os de todo o mal e desamor. Além disso, como parte de nós, é incrível o que sentimos e o que fazemos por eles. Todavia, são seres singulares, diferentes de nós, que se constituem nas experiências do dia-a-dia. E é preciso deixar viver, fazer, pensar, agir para desenvolver. É preciso deixar ser o que se é sem sufocar, sem matar. Amar o suficiente para deixar o filho crescer, viver e ser feliz. 

25 de mai. de 2011

2- FILHOS... FILHOS, MELHOR NÃO TÊ-LOS?

Diz o poeta Vinicius de Moraes em seu “Poema Enjoadinho” que “Filhos... filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos como sabê-los?” Ter ou não ter, eis a questão. Você está preparado para coco branco, coco preto, noites de insônia, prantos convulsos e muito mais? Sabia que eles bebem amoníaco, comem botão,  chupam gilete, bebem xampu, ateiam fogo no quarteirão? Melhor tê-los? Incrível, mas continuo acreditando que sim. Apesar da responsabilidade, da doação, do investimento, do amor quase sem limites, do mundo violento, da carreira profissional... filhos... filhos, melhor tê-los e sabê-los. Sempre. Afinal, como diz o poeta, como saber da macieza nos seus cabelos, do cheiro morno em sua carne, do gosto doce em sua boca... Sim, melhor tê-los, pois “que coisa louca, que coisa linda, que os filhos são.”

Vale a pena ouvir Paulo Autran, que aliás não teve filhos, declamando o "Poema Enjoadinho".



23 de mai. de 2011

1- UM NOVO MUNDO

Antes mesmo de o bebê nascer, já sabemos que adentramos num novo mundo. Novas sensações, apetrechos que nem sabíamos que existiam, mudanças visíveis na casa, no corpo, no modo ver o mundo. E, ninguém escapa das dicas vindas de todos os que te conhecem ou não. Como fazer para ter mais leite, detectar e resolver cólicas, amamentar, fazer o bebê dormir, ler suas expressões faciais, ou seja, como fazer tudo. Engraçado, pois não vemos as pessoas dando dicas aos profissionais assim como fazem com os pais. Maternidade e paternidade não é profissão, mas sem formação, acabamos aprendendo a ser pai e mãe enquanto vamos sendo. Sem conhecimentos específicos, nem estágios supervisionados, vamos aprendendo pela experiência, própria e alheia, e fazendo os ajustes necessários, que parecem ser cada vez mais complexos. Talvez esta falta de formação seja a razão de encontrarmos tantos “supervisores” em nosso percurso. Mas o fato é que, em qualquer área, sabe-se que o conhecimento amplia a percepção do sujeito, traz maiores possibilidades de ação e aumenta as chances de acertar. Isso vale para todos, inclusive aos pais. Quanto mais se conhece da criança, de como ela percebe e interage com o mundo e com os outros, de como constrói a realidade e a si, de como se desenvolve, enfim, quanto mais se conhece deste novo mundo e ser, maiores as chances de acertar e aproveitar o pleno desenvolvimento do seu filho. Quer saber mais? Esta é a intenção do blog. Siga então esta idéia.