Os jogos da copa afloram e potencializam em
nós muitas emoções e sentimentos, o que facilita com que tomemos mais
consciência deles para melhor SENTIR, NOMEAR, PENSAR, GERIR e bem AGIR. E o melhor
modo de educar as emoções é conhecendo mais deste mundo, que por séculos foi
tão preterido em prol da razão. Todavia, pesquisas, em especial das
neurociências, revelam o oposto: a emoção precede a razão e interfere
fortemente em nossos processos perceptivos, emocionais, cognitivos e
comportamentais. Quando um jogador erra um pênalti, sabemos que não foi por
falta de treino. Mas, na maioria, a emoção mal gerida contaminou os demais
processos impedindo o gol. Assim como, quando metemos os pés pelas mãos, ou
agimos sem pensar e nos damos mal. Sim, isto é má gestão das emoções, isto é,
quando não as usamos a nosso favor. Importante diferenciar emoção de sentimento
para que aprendamos a agir sobre eles com maior eficiência, assim como ensinar
aos filhos para que desde a primeira infância consigam identificar as suas
emoções e a cuidar delas. As EMOÇÕES são o que nos move, o que dá vida à vida e
são manifestadas por reações fisiológicas, como sudorese, taquicardia, aumento das
pupilas, entre outros. O SENTIMENTO é a racionalização deste movimento no corpo
que a emoção causou. E ambos irão se pautar em experiências anteriores
registradas na memória. Observe que todo estímulo que provém do meio não vem carregado
de emoção, mas somos nós, cada um de nós, que interpretamos e damos um
“colorido” ao que entra a partir das nossas memórias emocionais construídas em
experiências anteriores. Por isso, uma barata pode parecer um dinossauro para
um, enquanto que para outro ela é apenas um inseto. Alerta! As memórias da
infância são muito poderosas e importantes e muitas delas acabam servindo de
base interpretativa às novas situações até quando já adultos. Cuide das do seu
filho. Assim, os estímulos que entram em nossos cérebros passam pelo centro das
emoções, são interpretados a partir de memórias registradas gerando um colorido
e um movimento à informação e preparando o corpo para uma ação baseada nesta
análise. Todavia, antes de agirmos primitivamente, temos a chance de
interpretar todo este movimento de modo racional, lembrando que a informação já
foi contaminada pela emoção. Mais um motivo para ficarmos alertas às memórias
emocionais das crianças. A racionalização da emoção acontece em nossa área
cortical mais nobre: pré-frontal, onde se processam as funções executivas, a
gestão das emoções, a moral, o certo e o errado, o justo e o injusto, o bom e o
mal entre tantas outras funções essenciais à nossa sobrevivência e ao nosso
progresso, além de serem muito requisitadas ao assistirmos aos jogos da copa.
Afinal, haja coração! Ou melhor, haja sistema límbico e pré-frontal! Atente-se,
pois o pré-frontal começa a se desenvolver entre 3 e 4 anos e precisará muito
aprender para isso. Logo, precisará ser ensinado. E, conscientes ou não, a
nossa interferência dirá muito deste desenvolvimento e nosso comportamento
também. Pois, a criança, com seu sistema nervoso ainda imaturo e suas poucas
experiências de aprendizagens, tem dificuldades para lidar com as emoções e com
todas as novidades à sua volta. Então, utiliza-se de um grande recurso para
aprender: a imitação, que acelera (ou retarda) processos. E esta
aprendizagem, cognitiva, psicomotora, emocional, servirá de base a outras
novas aprendizagens como vimos. Por isso, é bom cuidarmos de nossos
comportamentos, pois eles dizem de como usamos a razão em benefício da emoção
(ou não). E nossos filhos nos imitarão. Assim, fique de olho na copa do mundo sem perder o foco também no mundo das emoções. Afinal, sabemos bem: em jogo do Brasil, haja emoção!
Vamos lá, Brasil!
No próximo post, trarei um
exemplo bem prático para que fique ainda mais claro o poder das emoções e o
quanto as emoções dos pais dirão das emoções dos filhos. Inscreva-se e receba
por email. Até a próxima!