Estive estes dias em Londres e Paris e visitei vários museus. Em todos
eles, sem exceção, encontrei professores com os seus alunos com didáticas
diversas e metas também. Conto um pouco do que vi. Um grupo, bem a vontade
espalhado pelo salão, estudava perspectiva ao reproduzir a escultura por
vários ângulos. Outro grupo fazia uma gincana pelo museu. As crianças tinham que encontrar
e fotografar as dez obras que haviam estudado. Outro grupo, encontrava-se
cada qual atento a um quadro e fazia uma releitura. Um dos garotos desenhava a
Mulher Maravilha no lugar da Nossa Senhora. Fazia sentido! E apesar de novos,
desenhavam muito bem. Claro, professores desenvolvidos e recursos favoráveis
ajudam a promover desenvolvimentos aos alunos. Vi ainda, um grupo de
adolescentes, que parava nos quadros e o professor dialogava em busca de
ampliar percepções. Apenas dois mostravam-se desinteressados. Diferente do
outro salão, onde vários jovens nem piscavam, atentos à obra, ao professor e
às anotações. E era bem comum ver crianças sentadas em frente a uma obra
enquanto aprendiam a percebe-la e e senti-la na sua complexidade. Alguns professores
eram mais interativos, outros mais expositivas, outros mais lúdicas. Mas todos,
proporcionavam a vivência da cultura na cultura. E lembrei da educação do
Brasil. Temos muitos projetos bonitos, escolas sem igual. Mas, penso na
maioria. Nas nossas aulas, nos recursos, no desenvolvimento do professor e do
aluno, no que valorizamos como cultura. Penso na esperança e no trabalho pela
frente.
Oriento FAMÍLIAS, seus FILHOS e formo PROFESSORES. Este BLOG traz conhecimentos experimentados na minha prática com reflexões e dicas para quem ENSINA e APRENDE. Contato: email: prof.ligiapacheco@gmail.com Instagran: @ligiapa
25 de nov. de 2016
15 de nov. de 2016
189. CRIANÇAS FRANCESAS FAZEM BIRRA SIM.
Passei alguns dias em Paris e ouvi muitas crianças fazendo birra. A
gente reconhece quando é choro de manha, não? Logo lembrei-me do livro de
Pamela Druckerman, “Crianças francesas não fazem manha.” Fazem sim. Porém,
Pamela tem razão. Realmente a educação delas é bem diferente da nossa. Destaco
alguns pontos. Não se vê criança comendo porcaria e apesar das panificadoras
maravilhosas, quase todos são magros. Educa-se desde pequeno a comer bem, pouco
e na hora. Também se alimentam da cultura bem melhor que nós. Vê-se criança com
os pais em museus, concertos, espetáculos diversos. E as crianças tem muita
curiosidade para tais eventos e se comportam muito bem. Claro, aprendem de
pequena a relacionar-se com a cultura e a manter a arte no olhar. Vê-se ainda
pais e filhos juntos em restaurantes, parques, lojas. Não há a cultura da babá
como nós. Sorte das crianças e dos pais. Mas, neste processo vê-se e se ouve
muita birra sim. Afinal, educar é complexo em toda e qualquer cultura e há
processos de desenvolvimentos que acontecem em todas elas. A diferença está em
como se lida. No quesito manha, os franceses também parecem lidar melhor. Não
ficam negociando ou cedendo como vemos muito por aqui. Eles resolvem logo para
não incomodar, encaram a criança, dizem algo e seguem andando. Ela para o
choro, “cai na real” e os segue. E nesta hora dá vontade de esmagar a criança de
tanta fofura. E aí entra a cultura brasileira. Extremamente afetiva como quase
nenhuma outra.
5 de nov. de 2016
188. DICAS QUE FACILITAM ENSINAR A CRIANÇA.
Quando eu tinha cerca de 4 anos, achava que já era independente como
quase toda a criança desta idade. Minha mãe quis se previnir ensinando-me a
atravessar a rua. Morávamos numa ladeira, pista para tantas brincadeiras.
Deu-me a mão, caminhamos até o meio-fio, mas fixei o olhar na sarjeta por onde
navegavam nossos barcos de papel nos dias de chuva. Como eu era feliz com tão pouco!
Ela chamou-me a atenção e disse: “Antes de atravessar a rua você deve olhar bem
para cima e para baixo.” E repetiu isso várias vezes e me fez repetir para ter
certeza de que eu havia entendido. Observou o entorno, viu que era seguro e soltou
a minha mão para eu ir. E conta que fui toda importante, olhando
para baixo e para cima. Literalmente, para o céu e para o chão incansáveis vezes até o outro
lado da rua. (rsrsrsrs)
Valeu, mãe, pelo carinho e cuidado. Todavia, hoje, com o avanço das ciências
temos novas dicas de como agir em situações como esta. Ei-las.
1. Coloque-se no
lugar da criança, como se fosse possível esquecer o que você sabe e pensar com
o pensamento dela.
2. A criança pensa no concreto e ao pé da letra. Um trânsito
engarrafado pode significar carros dentro da garrafa.
3. O movimento é um
grande aliado na aprendizagem da criança. Neste caso, atravessem juntos e
exagere ludicamente os movimentos da cabeça orientando-a para ambos os lados da
ladeira. Repitam e a ensine também a analisar o entorno.
4. Quando ambas
sentirem segurança, deixe-a ir, mas sem tirar o olho. E, num instante, já estarão
prontos para novos desafios.
Te amo, Mãe! Grata pela linda história.
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