Estava em seminário com as educadoras Maddalena Todeschi e Loretta
Bertani de Reggio Emilia (Itália), cidade reconhecida pela sua educação
infantil. Em suas escolas há muita reciprocidade entre adultos e crianças, num
clima de alegria e com liberdade para expressar o seu ponto de vista sem que
haja julgamentos. “Quanto melhor este clima, mais cada um trará o original que
há dentro de si.”, diz Todeschi, e que vai ampliando-se a partir das
experiências. Também não há salas fechadas, mas diferentes espaços que se
interligam possibilitando a construção ampla do que se aprende, bem como a sua
revisitação. Espaços para desenho e pintura, construção, jardim interno e
externo, cozinha, enfim uma escola repleta de possibilidades de aprendizagens e
em movimento. Conto um episódio. Numa determinada turma e momento, discutia-se
o desejo. Citarei duas reflexões dos pequenos. Veja que riqueza: “Quando eu
desejo, minha mente se abre.” “Você pode comprar uma flor, mas não pode comprar
o perfume dela.” Nossa! Como as crianças sabem dizer as coisas! Parei nestas
frases por dias. Mas as crianças continuaram. Foram desenhar o perfume da flor!
Alguém aí já pensou em desenhar o perfume? Eu nunca! Obrigada crianças por esta
aprendizagem! Achei sensacional e os desenhos ficaram maravilhosos. Concluo que
cabe sim ao adulto “provocar” as crianças para que ampliem o conhecimento de
si, do mundo e percebam o que não se mostra ou nomeia. Mas cabe principalmente
deixar-se ser provocado por elas. Vou lá desenhar o meu perfume.
Oriento FAMÍLIAS, seus FILHOS e formo PROFESSORES. Este BLOG traz conhecimentos experimentados na minha prática com reflexões e dicas para quem ENSINA e APRENDE. Contato: email: prof.ligiapacheco@gmail.com Instagran: @ligiapa
18 de nov. de 2015
6 de nov. de 2015
170. MEU AVÔ VIROU BEBÊ!
Ouvi isto de uma criança de 6 anos: “Meu avô virou bebê!” Claro que
continuei a conversa para saber o porquê ela assim pensava. “Ele usa fraldas e
tem babá!”, explicou rapidamente e com certo desdém. Logo nos vi num ciclo de vida e associei a duas
lembranças. Uma delas foi um vídeo
que circulou pelas redes sociais (clique no link abaixo) que mostra as fases deste
ciclo com os seus surpreendentes desafios. E a outra, foi mais recente. O relato da italiana Maddalena Todeschi,
um dos nomes de referência da educação infantil de Reggio Emilia, cidade que é
referência mundial em educação infantil. Contou-nos de vários projetos, mas
irei focar num pedacinho de um. As crianças de 4-5 anos junto com professores e
também com eventuais participações dos pais, pesquisavam, interagiam,
construíam o conhecimento sobre o ciclo
da vida. Como parte do projeto, colocou-se um vaso com uma planta para as crianças
observarem, questionarem, registrarem as suas construções, entre tantas
discussões sensacionais entre elas e o mediador. Interessante que as folhas
caídas ali ficavam. Nada de vassoura nelas! Pois, ilustrava uma das fases da
vida. Isso queriam ensinar às crianças. “Cada um, no momento que está vivendo,
tem a sua beleza. É uma responsabilidade ética ensinar isso a elas.”, diz
Maddalena. Afinal, se a planta declara seu ciclo vital, nós humanos também.
Importante ajudar a criança a perceber que há fases, há ciclos e há beleza em
cada uma delas. Inclusive nas folhas caídas e no avô que virou bebê. Este
conseguiu viver o ciclo da vida. Bravo!
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