14 de out. de 2015

168. INFANTILIZAÇÃO EXAGERADA



Uma das maiores reclamações das corporações é a infantilidade de seus colaboradores. E é verdade, basta observar. E é duro dizer isso, mas isto é consequência da educação que estes jovens ou adultos receberam ou ainda recebem. Nós, pais, tendemos a proteger os filhos em exagero. E fazemos de tudo por eles acreditando ser este o melhor a fazer. Mas, sem perceber, estamos desprotegendo-os, infantilizando-os e os criando para um mundo irreal. Contava-me uma amiga advogada que tem uma estagiária de 23 anos que é descompromissada, falta muito, não tem responsabilidade, pro-atividade e há que se rever tudo o que ela faz. Perguntei-a: “Mas por que a contrataram?” Respondeu: “Era a melhor das candidatas.” Mas o que me deixou mais impressionada foi o fato da mãe da estagiária ligar para a chefe da filha avisando e justificando as suas faltas. Uma mulher de 23 anos já deveria estar assumindo a própria vida, não? Mas para isto é preciso começar desde cedo, pois tal desenvolvimento é processual. Arrumar os brinquedos, organizar as suas coisas, fazer a própria mochila da escola, cuidar de suas tarefas, colaborar com as coisas da casa, fazer o seu prato, assumir os seus atos... tudo isso colabora para que a criança vá percebendo que tem responsabilidade sobre a própria vida. Às vezes dá a maior pena dos filhos, mas percebi na experiência que para bem educar é preciso muitas vezes “tirar” o coração da linha de frente. Pois se poupar o filho terá um adulto infantilizado. E isto não é nada saudável, além de ser ruim para ele, para você e para a sociedade. 

5 comentários:

  1. Olá Ligia
    Excelente texto. É verdade, não podemos proteger demais, tem que deixar eles andarem com as próprias pernas. Aproveito para desejar um feliz dia dos professores. Você é uma ótima professora, saudades das suas aulas. Bjs querida.

    ResponderExcluir
  2. Profa Lígia, Excelente texto, grandes colocações. De fato os pais tendem a colocar o coração na frente da razão, a superproteger as suas 'crias'. E o resultado, como bem colocou, está em todos os lugares. Pessoas imaturas, infantis, que não assumem as rédeas das suas vidas e surtam ao serem contrariadas....Aproveito a ocasião para desejar um excelente dia a você, exemplo de dedicação e paixão pela Educação.

    ResponderExcluir
  3. Anônimo10/19/2015

    Lígia Pacheco, amo o seu olhar para o cotidiano. Você percebe muito nas conversas, cenas, histórias que a nós passam desapercebidas. Obrigada por ampliar nosso olhar.
    Regina Relva

    ResponderExcluir
  4. Muito bom, sempre nos deparamos com pessoas assim no dia a dia profissional!!

    ResponderExcluir