Fui a um restaurante e na mesa ao lado havia uma criança pequena
chorando. Meu marido comentou: “Isto é choro de dente nascendo!” Achei graça,
pois nossas filhas já estão moças. Como é que ele se lembra? Mas também gostei,
pois ele é e sempre foi um pai realmente atento e participativo. Mas a surpresa
mesmo veio em seguida. O garçon passou por nós com um tablet na bandeja e o
serviu à menina. Colocou-o em sua frente apoiando-o em um tripé e rapidamente selecionou
joguinhos atrativos à sua idade. Ela ignorou, afinal choro de dente nascendo parece
não combinar com joguinhos, mas com afago. Chamei o garçon e lhe perguntei:
“Este tablet é do restaurante?” E ele respondeu afirmativamente,
justificando-se: “Como não temos aqueles espaços para as crianças, então
tomamos esta medida para distraí-las. Foi o jeito!” Entristeceu-me a cena e sei
bem o porquê. Acho o momento da refeição muito especial. Serve para a família
conversar, rir, conhecer-se mais, enriquecer os sentidos com alimentos e
situações diferentes. Serve para educar, ensinar, aprender, fortalecer relações.
Alguém pode dizer: “Mas eles não sabem se comportar na mesa! Eles não páram
quietos e não deixam ninguém conversar!” Verdade. Eles não nasceram sabendo
estas coisas e isto se ensina enquanto
se vive a situação. Aproveitem pais esses momentos tão ricos e cada vez mais
raros com os filhos. Não os deleguem a um tablet ou a uma monitora de
restaurante. Ensine-os a terem prazer em ficar com vocês. Tão bom... tão bom...
tão bom.
Infelizmente está assim mesmo. Famílias separadas em uma mesma mesa cada um no seu mundo virtual. Uma pena!
ResponderExcluirConcordo plenamente! Todos os momentos são únicos! Como é importante a interação!
ResponderExcluirInfelizmente enquanto o restaurante cria mecanismos pra driblar a concorrência/crise, os pais "dormem" frente às evidências e a infância de hoje segue lentamente adoecida.
ResponderExcluirMinha família investe muito na conversa olho no olho e vejo que dá resultados maravilhosos. Não troco a convivência com meus filhos por nada.
ResponderExcluirFernanda Siqueira
Adorei o texto. Vou publicar na página do Facebook da escola da minha filha: Vivência e Convivência.
ResponderExcluirObrigada!
Concordo plenamente com suas colocações Ligia!
ResponderExcluirA banalização destes dispositivos está acontecendo pelo simples fato das famílias não estarem preparadas para gerenciar os seus membros nesse contexto tecnológico.
Estão deixando de ensinar os verdadeiros valores aos filhos e acelerando este processo, que eu chamo de ¨banalização tencológica¨, no qual essa nova geração não consegue perceber as próprias habilidades sendo potencializadas por estes recursos. Simplesmente os pais colocam um tablet na mão dos filhos para que os mesmos parem de chorar, enquanto eles deveriam estar ensinando o lado bom de todas essas tecnologias!