Participei, nesta semana, de um debate na TV
Assembléia da Bahia com Marilene Betros, coordenadora da Associação dos
professores licenciados do estado da Bahia, Maria Thereza Marcílio, gestora institucional da Avante-Educação e Mobilização Social e a Deputada Federal Alice Portugal, que participou, entre tantos outros, da
Comissão Especial para análise do novo Plano Nacional de Educação (PNE). Fomos
mediadas por Aureni de Almeida e o tema girava em torno de nossa educação real
e a ideal. Um abismo enorme, mas onde podemos vislumbrar pontes de esperança.
Falamos de políticas educacionais, de avanços, dos ganhos que já alcançamos e
dos quantos ainda estão por vir. Sintetizamo-nos em quarto palavras:
entusiasmo, esperança, luta e confiança. Muito se falou do novo PNE, que
estabelece diretrizes, metas e estratégias para os próximos dez anos,
sancionado neste Junho pela Presidenta Dilma Rousseff. Debatemos, entre outros,
a aprovação da destinação de 10% do PIB à Educação Pública, a ampliação do acesso desde a educação
infantil até o ensino superior e a melhoria da qualidade do ensino. E em
especial, a valorização do professor tanto em termos de sua formação e
continuidade, quanto em melhorias de salário. Aliás, é urgente uma formação em
que o professor tenha compromisso e ciência da grande responsabilidade que tem
na formação dos seres humanos. O PNE é sem dúvida um grande primeiro passo. Que
venham os demais. Mas, colocando os pés no chão, sem tirar a cabeça das nuvens,
penso em algumas coisas.
A inclusão de todas as crianças de 4 a 5 anos na
pré-escola é uma maravilha, em especial se tiverem ótimas condições para o seu
desenvolvimento. Porém, a meta de aumentar para 50% a oferta de vagas das
crianças de zero a 3 anos poderia ser ampliada, uma vez que esta é a principal
fase de desenvolvimento da criança, na qual o seu cérebro terá a base de sua
arquitetura. Vi na China tal sabedoria, onde o maior investimento nos próximos
10 anos dar-se-á na Educação Infantil, alicerce da educação. Outra importante
meta do PNE inclui a alfabetização de todas as crianças até o fim do terceiro
ano do ensino fundamental. Dá-me tristeza pensar nessa realidade e na
continuidade da concorrência desleal. Afinal, as crianças de escola privada já
entram alfabetizadas no ensino fundamental. Um país igualitário como vi na
Finlândia, parece-me bem distante. Chateei-me com o artigo que trata de
fiscalização. O cumprimento das metas propostas deverão ser continuamente monitoradas
pelo MEC, pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e pelo Fórum Nacional de
Educação. Tenho escrito muito sobre a cultura da confiança e o sonho de termos
um país, onde as pessoas saibam das suas responsabilidades e as cumpram. Isso
se educa e se resignifica. Assim como a autoconfiança (valorizamos mais o que
vem de fora) e o nosso “way of life” (imediatistas, com “jeitinhos” e
egocentrados). Claro que há muitas pessoas que buscam fazer a diferença e
fazem. Juntemo-nos a elas. E se o PNE foi um grande passo, ajudemo-nos com os
demais. Afinal, uma andorinha só não faz verão.
Será que o PNE vai sair do papel? É tão difícil acreditar nesse país!
ResponderExcluirClarice Torres
Clarice,
ResponderExcluirTemos ene motivos para desacreditar em nosso país. Mas se cruzarmos os braços e nada fizermos... o que será de nosso Brasil? Além disso, esse país é feito de gente, assim como você e eu. E por isso, também somos responsáveis por ele.
Vamos lá! Façamos a nossa parte.
beijo grande
Professora Lígia, Tudo bem com a senhora? Tenho muitas saudades das suas aulas. Você fez uma grande diferença na minha formação e na minha pessoa. Nunca vou esquecer você.
ResponderExcluirConcordo que precisamos melhorar a formação dos professores. Trabalho em uma escola particular e outra pública e é uma diferença muito grande. Na escola particular o perigo da demissão e a cobrança dos pais ajuda muito a gente dar o nosso melhor. Na pública eu vejo muito descazo. Os professores faltam muito e falta de tudo. E os alunos só querem bagunçar. Dá muito desanimo. Espero que melhore.
beijo grande de Betania (Esuda).
Oi Betania, tudo bem? Que bom que contribui para a sua formação profissional e pessoal. Espero que tenha sido para melhor. rsrsr
ExcluirEu também já trabalhei em escola particular e pública e senti mesmo uma grande diferença. No meu caso, eu não fazia distinção em relação a minha responsabilidade. Nunca tive medo de ser demitida ou exonerada. Fazia o que eu acreditava ser o melhor para a formação dos alunos. Errei, acertei, mas dei o máximo que eu podia naquele momento. Todavia, senti na escola pública que os professores não ficavam satisfeitos com o meu trabalho. Diziam: "Se você for ficar fazendo tudo isso, os alunos vão se acostumar e vão começar a cobrar da gente." Era uma tristeza, Betania! Mas eu procurava fazer a minha parte, cuidava para não me contaminar e seguia com a minha responsabilidade.
A docência sempre me foi um presente.
"Espero que melhore". Eu também, mas cabe a cada um. Façamos a nossa parte.
beijocas
A corrupção é o câncer de todos os setores da sociedade.
ResponderExcluirA educação deveria ser gratuita e obrigatória, ela é a base de tudo, é o ponto de partida de todos os profissionais. Pra mim a profissão mais importante. Que pena que somos tão pequenos nesse tema. Mas acredito em dias melhores e em profissionais como vc, preocupados e competentes. Vamos lá....somos brasileiros e não desistimos nunca. Bjs, PatVal