Nas escolas visitadas na Finlândia, vê-se excelente estrutura, moderna
e ampla, espaço transparente, organizado e limpo. Nos corredores, obras de
artes feitas pelos alunos são repletas de mensagens, habilidades, liberdade e
respeito à diversidade.
Além das aulas do currículo básico, os alunos têm
várias optativas. Aulas de línguas, instrumentos musicais, corte e costura,
gastronomia, lavanderia, marcenaria, tecelagem entre outras, com salas
incrivelmente bem equipadas.
E claro que numa sociedade tão igualitária e com
mão de obra tão cara, no mínimo, aprender a fazer de tudo é uma excelente
opção. Meninos e meninas cozinham, costuram, soldam, martelam sem distinção. A
maioria dos alunos tem aparência saudável, descontraída e feliz. E o clima
difícil não os impede de nada. Equipamentos e roupas especiais fazem com que a
vida continue e explorem os conhecimentos para além das salas de aula.
Em geral, a conversa iniciava-se com a direção, mas eram os alunos que
nos apresentavam as escolas em movimento. Apesar de ainda jovens, mostravam-se
bem posicionados, seguros e cientes do que diziam. Sabiam o que aprendiam, o
por que aprendiam e como aprendiam cada coisa. Que maravilha! Mas isso não é
milagre. Para se ter uma educação de referência, o professor tem mesmo que ser
bom, dedicado, estudioso e gostar do que faz. Precisa desenvolver nos alunos
diversas habilidades e competências, diversificar métodos de ensino pois cada
aluno aprende de um modo e em um tempo. Usar ainda os diversos sentidos e
tecnologias, e propor várias possibilidades de aprendizagem. E isso vi na
prática. Cito um exemplo: Os alunos haviam escrito um texto sobre um dado
assunto, usando caneta e computador. Depois transformaram-no em imagens, então
em colagens e por fim em audiovisuais. E tudo era apresentado ao grupo. As
neurociências aplaudem!
O professor divide ainda os alunos em grupos de acordo
com as capacidades e habilidades, e para isso é preciso conhece-las e saber
identifica-las. Como também, possibilita que os melhores alunos ajudem os que
têm mais dificuldade para que todos sejam bons. Mas ele não trabalha sozinho.
Tem o apoio de um equipe de profissionais, o que contribui para um trabalho que
prima a unidade na diversidade, e à igualdade. E isso também vi. Os alunos não
são competitivos, mas estimulados à convivência e à construção em conjunto,
pois ninguém aprende sozinho. “Se é para
competir que seja consigo mesmo para ser melhor.”, diz Mikael Flemminch do
Conselho de Educação.
E nota-se, na prática, que os alunos têm mesmo a
responsabilidade, e não sofrem tantas
pressões. A avaliação, por exemplo, serve em especial, para trazer informações
aos alunos e aos professores sobre os ajustes necessários tanto ao ensino
quanto à aprendizagem. Bravo! Disse-me uma professora: "A escola não é lugar de
competitividade e alta pressão. Mas sim lugar de fazer amigos, aprender e ser
feliz." E assim parecia ser.
O que mais dizer?
Finlândia, coerência é o seu sobrenome. E qual o
nosso?
Viva Lígia! Que texto delícia! Que educação maravilhosa e como estamos longe dela! Só não vou ousar dizer o nosso sobrenome, porque este já sabemos.
ResponderExcluirGrande beijo de sua sempre aluna.
Paty Lemos
Querida Paty, adoraria se conseguíssemos mudar o nosso sobrenome. Ainda tenho um fio de esperança. Bem pequeno mesmo, mas que me mantém viva. Façamos a nossa parte que já é uma grande parte.
ExcluirUm beijo enorme
Estou seguindo os textos. Sempre bom lembrar e comparar os pontos de vista. Um grande abraço, Carlos
ResponderExcluirCarlos querido, adoraria saber o seu ponto de vista, visto que és homem inteligente, crítico e bastante perceptivo. Afinal, vemos a partir do que temos em nós. Assim, um ponto de vista sempre será uma vista para um ponto. Troquemos os pontos.
ExcluirGrande abraço
Pensei que fosse uma utopia minha, mas realmente existe escola assim!
ResponderExcluirCarolina Araújo
Oi Carol, existe sim escola assim. E, creia, são todas públicas. Que diferença gritante quando comparada às nossas, não?
Excluirbeijo grande
Parabéns professora Ligia Pacheco. Tive a honra de estudar com a senhora na FAFIRE. O texto e ótimo , mas estamos longe dessa realidade, quem sabe um dia chegaremos perto desse exemplo de educação. Abraços. Rose Andrade Andrade. Fafire.
ResponderExcluirEstamos sim longe desta realidade. Bem longe mesmo, se pensarmos que a educação na Finlândia é toda gratuita, inclusive as escolas particulares. Mas, se não começarmos... como alcançaremos? Sonhar sim, mas bem acordados, arregaçar as mangas e colocar a mão na massa. De grão em grão você chega a um milhão, já dizia o sábio ditado.
Excluirbeijo grande
Pra quem gosta do assunto: Filhos, Educação, Pais, Educação pelo mundo; vale a pena seguir as postagens desta excelente Psicóloga e Educadora Ligia Pacheco. O seu blog na revista "Pais e Filhos" é excelente. Quando ela foi a China e postou tudo o que observou lá fiquei "encantada"! Informação que enriquece. FICA A DICA.
ResponderExcluirLigia Bulhões
Ligia querida, obrigada pela divulgação. Fico feliz que tenha se encantado. Esta é mesmo a ideia. beijo grande
ExcluirPerfeito Ligia, queria muito ter feito esse viagem e ver isso de perto.
ResponderExcluirLuiza Caraciolo
Luiza Caraciolo Vale mesmo a pena ver de perto. Afinal, o que faz sentir faz sentido. E é mais fácil sentir ali, com todos os sentidos. Vamos na próxima? bj grande
ResponderExcluirAprender com prazer...isso é tão importante. Me lembrei da "cola da memória". Parabéns por repassar seus conhecimentos com tanto encantamento, paixão e talento. Bjs, PatVal.
ResponderExcluirProfessora Ligia: esta educação presenciada e relata por voce é parecida, igual ou não com a Educação Waldorf? Estou errada? Por favor me esclareça.
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