Seminário do Ministério da Educação Russa |
O interessante de conhecer a educação de outra cultura é poder notar
as diferenças e semelhanças em relação a nossa e ver o que podemos refletir e
aprender.
Nota-se que a Rússia tem como meta a reforma educacional para dar
conta da mudança político-econômica e retomar o prestígio mundial. Até 2021
todas as escolas terão que adotar os princípios educacionais estabelecidos pela
nação, com foco tanto na prática pedagógica quanto na formação docente. Parece
óbvio repensar a educação junto com tal formação, mas nem sempre se vê por aí
ou por aqui. Nos pressupostos da reforma, percebe-se, entre outros, muita
influencia dos princípios educacionais finlandeses, bem como de Paulo Freire,
citado nos seminários organizados pelo Ministério da Educação da Rússia.
Mas que mudanças investem ou já adotam?
O papel do professor foi revisto para dar conta deste novo contexto. Os
professores devem ter formação pedagógica com educação continuada a cada três
anos. E aqueles sem experiência tem um
tutor para ajuda-los no saber fazer pedagógico. Aqueles com menos formação
trabalham com as crianças pequenas, o que na minha opinião é um grande erro,
visto que a base do desenvolvimento se dá na educação infantil, e portanto, onde
deveriam estar os mais preparados e os mais experientes.
Se antes a meta era fazer o aluno confortável e cômodo à escola, agora
tratam de fazer a escola confortável e cômoda ao aluno, desenvolvendo-lhe o
interesse por estudar. Perceberam que não basta conhecer, mas sim ensinar o
aluno a aprender a aprender. Desenvolver-lhe a capacidade de identificar e
aplicar na prática o conteúdo aprendido, bem como relacionar a matérias. (Bravo!)
Citam como exemplo a matemática que sempre foi muito forte entre eles. Hoje cuidam
para que as regras se apliquem no mundo real dando maior sentido. E
transparecem que o maior orgulho deles está na escola primária onde já ensinam
através do aprender a fazer fazendo. Todavia é mais fácil neste nível de
ensino, onde os conteúdos são mais básicos e os alunos menos condicionados.
Contudo, seguem em desafio.
A escola deve ainda dar ênfase na
comunicação, aumentando a capacidade linguística dos alunos, a segurança,
dando espaço para que defendam seus
pontos de vista e não se acanhem na resolução de novos problemas.
Alunos apresentando-nos o sistema educacional russo. |
Dar voz e vez
ao aluno é realmente uma grande quebra de paradigma entre eles, mas necessária
nos novos tempos. Contudo, na prática, percebi os professores muito arraigados
num modo de fazer, com pouca fluidez e espontaneidade, e com um olhar sobre os
alunos, que sem dúvida os intimidava. Claro, leva tempo mudar comportamentos
tão incorporados, tanto em alunos quanto em professores. Mas pareciam dispostos
a tal.
Alunos apresentando os livros lidos. |
Plateia não tão animada. |
À escola cabe ainda utilizar-se do método da problematização com base
na metacognição, que consta em desenvolver nos alunos a faculdade de
conscientizar, analisar e avaliar como se conhece, e pensar sobre o próprio
pensamento. Concordo com a escolha. E, como é um método relativamente novo a
eles, os melhores professores ensinam aos demais as competências necessárias
para tal, multiplicando este novo jeito de ensinar e aprender. Há ainda um
espaço virtual criado para que todos da comunidade educativa, inclusive os
pais, possam interagir, estudar e aprender.
Aluno demonstrando as suas descobertas. |
A escola deve ainda Introduzir novas tecnologias ao processo
educacional, mas sem deixar de incentivar os trabalhos manuais. Também desenvolver
nos alunos diversas competências, usar os diversos sentidos e diversificar tecnologias
para as aprendizagens. E isto realmente vi na prática. Estão aprendendo a viver
a teoria, enquanto as neurociências aplaudem!
Todavia, se percebi uma prática com ranços do tradicionalismo, percebi
um discurso mais renovado. Agora é aguardar prá ver o que será. Mas uma coisa
eu sei, é preciso querer caminhar, e caminhar. E isso eles estão fazendo.
Na próxima postagem, leia um presente recebido: tive o privilégio de assistir
uma aula na Companhia do Balé Bolshoi. Aguarde.
Estou adorando as postagens. Como os russos são formais!!!! Mas pelo menos caminham. E nós????? Reformas, reformas, reformas e reformas e a nossa escola pública é um caos.
ResponderExcluirAssinado Professora desiludida
Profeeeeee!!!! Que saudades das suas aulas maravilhosas!!!!!
ResponderExcluirbeijão no coração, Aureni
É difícil mudar...mas o mundo está em acelerado processo de necessidade de MUDANÇAS. Vamos lá...Foco, Força e Fé. Bjs PatVal
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