É certo que nenhuma mudança pode ser vista de forma isolada. A família
faz parte de um contexto maior, histórico-sócio-político-econômico-cultural,
onde a mudança de uma das partes modifica as demais. E é fato que a família vem
sofrendo nas últimas décadas mudanças profundas quanto a sua natureza, função,
composição e concepção. Observe: Na década de 70 meus pais se separaram. Meus
irmãos e eu perdemos os nossos amigos, tivemos que mudar de escola e algumas
delas não nos aceitaram alegando que seríamos más influências às outras
crianças. Vinte anos depois, minha filha chega da Educação Infantil aos prantos
querendo saber quando iríamos nos separar, visto que ela era a única na classe que
tinha os pais casados. Interessante notar a velocidade da mudança! Por motivos
opostos, tanto eu quanto ela éramos “ETs” na sociedade! Além disso, qual escola
hoje ousaria negar a matricula de uma criança de pais separados? Não há como
fechar os olhos para a mudança familiar, hoje composta por múltiplos e diferentes
arranjos: monoparental, homoparental, adotiva, recomposta, comunitária entre
tantos outros formatos, que em breve estarão normalmente incorporados ao novo
contexto. Independente de nossas crenças, valores, princípios, a diversidade é
rica, cada qual tem o direito as suas escolhas, a criança não deve pagar o
preço pela mudança e o preconceito não impedirá o turbilhão das transformações.
Reflitamos.
Tendo interesse, segue o link da entrevista:
Olá Lígia. Como já havia falado no comentário do outro post, indico o filme - Minhas mães e meu pai - pra vc e seus leitores. Fala sobre uma família diferente. Odeio preconceito seja de que maneira for, o preconceituoso é um hipócrita. Abs Beatriz.
ResponderExcluirVerdade Beatriz. O preconceito é uma hipocrisia. Todavia, há preconceitos que nem tomamos consciência deles. Isto é, temos sem percebe-los. Por isso precisamos todos ficarmos atentos às nossa concepções e ações sem medo de ressignificá-las. Obrigada pela dica do filme. Não o assisti ainda, mas de acordo com o título dá para se ter uma noção. Conheci bem recentemente uma familia assim: duas mães e um pai. beijocas e obrigada pela participação.
ExcluirO preconceito existe e precisa ser trabalhado por cada um de nós. Não é preciso mudar de opinião, mas é preciso respeito. Não adianta virar a página, a cara, a direção. É preciso encarar as mudanças e aprender a conviver com o diferente, porque é com as diferenças que aprendemos coisas novas. Mais importante que o formato da família é a educação que ela pode dar a uma criança. Parabéns Ligia! Beijos, Gisa Hangai
ResponderExcluirConcordo Gisa. Mais importante é a educação, o afeto e as oportunidades que uma família pode dar a criança do que o seu formato. Quando falamos em adoção esta questão amplia ainda mais. Demoram tanto a entregar a criança aos pais, principalmente quando o formato foge dos padrões convencionais, que a fase mais importante da criança perde-se na espera. É uma pena. Um beijo grande e obrigada pela participação.
ExcluirO "x" da questão, principalmente pra quem trabalha com família, dentre eles educadores e psicólogos, não adianta negar, lutar contra....as transformações e novas configurações de família estão aí. E qualquer dia desses bate na porta do nosso consultório, nossa escola, nossa vizinhança. Temos que realmente refletir e procurar meios de lidar com isso com um igrediente essencial: RESPEITO!
ResponderExcluirwww.leticiapsicologa.blogspot.com
Isto mesmo Leticia. Independente de nossas crenças, o respeito à escolha alheia é fundamental. E essas novas configurações familiares já ganharam espaço na sociedade e buscam sua legitimação. Já estão a bater em nossas portas. bj grande e obrigada.
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