ENSINAMOS E APRENDEMOS ENQUANTO EDUCAMOS.
Dizia o pernambucano Paulo Freire:
Quem forma se forma
e reforma ao formar,
e quem é formado forma-se
e forma ao ser formado.
Isso mais parece um trava língua ou um trava neurônio, mas a mensagem é simples: quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Claro, isso vale para quem se permite (trans)formar e ser (trans)formado. Dou um exemplo. Há algum tempo, estava ensinando a minha caçula a contar. Contávamos tudo o que encontrávamos, pois com criança pequena tem que ser no concreto e tem que fazer sentido o que vai aprender. Afinal o que significa 8? Oito o que? Oito prá que? Então contávamos brinquedos, conchas na praia, os biscoitos que iam para o lanche, as pessoas da casa e a quantidade de pratos para ir à mesa. E assim íamos. Certa vez passamos do dez e fluiu: 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17... e então ela fez um sinal com a mão como quem quer continuar sozinha. E foi feliz, como quem descobre o mundo: “dez e sete, dez e oito, dez e nove, dez e dez!” Abracei-a bem forte e pensei: Não é que a lógica da criança é bem mais lógica que a do adulto? Por que 20?! E não é que ela consegue também abstrair o pensamento e buscar uma lógica para ele? Voltando a Paulo Freire, enquanto eu ensinava, eu aprendia, refletia e transformava o que eu sabia. Sei que depois desta fiquei bem mais atenta a lógica infantil. E à nossa!
Maravilhoso! Aprender ensinando (partilhando) e ver os frutos disso é algo sem preço. Faz bem à alma e ao mundo num nível que as palavras são insuficientes para descrever.
ResponderExcluirVejo o ensino e a aprendizagem praticamente em quase tudo e todos. Difícil pensar em algo sem estes processos. Por que então não aproveitá-los?
ResponderExcluirFi, aprendo muito com sua generosidade.
Ps: Cheguei hoje de Sampa. Frioooo.