Meu irmão e eu. |
Quando eu era criança, passava muitas férias na praia, assim como minhas filhas. E passávamos o dia todo entretidos com as tantas possibilidades de brincadeiras que a praia oportuniza. Minha preferida era construir castelos gigantes. Aprendi na prática que toda construção precisava de uma boa base. Que as pontes e túneis não eram tão fáceis de construir, mas fazia e refazia até conseguir a melhor técnica. Que o fosso dos jacarés podia comprometer toda a estrutura. Que uma criança irritada ou uma bola perdida podiam destruir tudo, assim como o mar que parecia esperar estar tudo pronto para enviar a enorme onda a lamber tudo. Aprendi a me frustrar, a recomeçar, a focar no projeto e a só sossegar quando estivesse tudo pronto. E nem imaginava o quanto estas lições me serviriam para a vida e nem o quanto de desenvolvimento do meu sistema nervoso estavam ali em jogo. Hoje caminho pela praia a procura dos castelos. Raramente encontro uma criança brincando na areia. Mas as vejo embaixo do guarda-sol a brincar com seus tablets e sei o quanto estão comprometendo os seus desenvolvimentos. Pais, mães, cuidadores, por favor, não levem tablet para a praia. Levem pá, balde, regador, forminhas e deixem a criança aprender da vida, brincando com todos os seus sentidos e com o corpo em movimento. Pois esta base é semelhante a do castelo. Precisa ser fortalecida para que possam crescer e desenvolver. Aproveitem este final de férias, pois num instante os filhos crescem e sem uma boa base desmoronam assim como os castelos de areia.
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