Estive em São Paulo e a convite
de minha filha mais velha fui assistir uma peça do grupo de teatro da faculdade
ESPM. O assunto me interessava e a companhia das filhas mais ainda. O título da
peça, “Cultivando cactos”, já dizia da relação espinhuda e que requer poucos
tratos. O cacto sobrevive em condições precárias e quase sem alimento, assim
como a relação pais e filhos, que existe e é, com ou sem alimento. A peça foi idealizada
e dirigida pelo professor Otávio Dantas. Achei genial o tema e o processo da elaboração
e de catarse. Os alunos através de suas percepções das relações com seus pais e
de cenas de filmes recriaram histórias que apesar de arrancarem risadas, também
espinhavam, pais e filhos. Várias eram as cenas intercaladas com vídeos: recados reais aos
seus pais, daquelas que são mais fáceis de dizer longe dos olhos. Mas que precisavam
ser ditos e ouvidos. Apelos, descompassos e abismos. Tomara que os pais tenham
assistido a peça e que tenham fervilhado muitos diálogos. Chamou-me a atenção como os jovens vêem os
seus pais e suas relações, além da percepção crítica que têm de si mesmos. Ressalto alguns pontos: O
apelo emocional que tanto pais quanto filhos sabem bem fazer. A reprodução de padrões comportamentais de pais para filhos. A dificuldade dos pais para lidarem com a diferença e a dos filhos para verem os pais como humanos. A consciência do jovem de que a vida lá fora não
é fácil e as artimanhas para ampliar a adolescência. O fortalecimento das mães, que empurram os
filhos para a vida e pressionam os pais para as tomadas de decisões. Entre tanto outros recados. Uma peça para entender mais desta relação e de si. Recomendo os
divertidos espinhos. Parabéns ao grupo Tangerina! Bravo!
Fiquei bem curiosa.
ResponderExcluirÉ só em São Paulo?
beijo grande
Fabiana Souza
Este é um tema que deve ser falado e ouvido. Bravo mesmo!
ResponderExcluirParabéns ao Grupo Tangerina e a você pela análise feita. Que honra foi ter visto a peça ao seu lado e por termos aumentado ainda mais nosso espaço de conversa. te amo e me orgulho de ti. beijos, Gabi
ResponderExcluirA peça deve ter sido interessante e repercutiu nos sentimentos e comportamentos da mãe comentarista e da filha incentivadora.
ResponderExcluirAssim que deve ser uma obra de arte. Dagopai