Simulação da maternidade na adolescência.
Esta foi uma experiência que minha filha viveu aos 15 anos quando fez intercâmbio no Canadá. E achei simplesmente fantástica. A gravidez na adolescência é mais comum do que imaginamos, e o quão pode desestruturar não só os adolescentes, mas toda a família. As escolas e os pais costumam trabalhar esta questão, mas aprender sentindo na pele faz toda a diferença.
E como a escola fazia?
Após alguns blá blá blá que conhecemos bem, cada adolescente ganhava um bebê robô. Era perfeito, tinha tamanho e peso de bebê, era programado com algumas características e repleto de sensores que emitiam mensagens aos professores que analisavam a conduta das novas “mães” ou “pais”. O “bebê” da minha filha, por exemplo, foi programado para chorar a noite inteira. Oh dó! Cada vez que eu falava com ela, suas olheiras estavam mais profundas e seu humor mais descontrolado. Chegou a chorar junto: “Não aguento mais! Eu já nem apago a luz do quarto durante a noite!”
O bebê robô, assim como os bebês reais, não tinha botão para desligar. E para onde ia precisava levá-lo. Muitas vezes ela teve que abandonar as salas de aula, as de cinema, as diversões com os amigos para trocar fralda, alimentar, ninar, cuidar. E pela manhã, não bastava mais cuidar de si. Precisava acordar bem mais cedo, pois havia o “filho” para cuidar também, independente da noite mal dormida.
Lembro que sua nota abaixou quando esqueceu de agasalhar o bebê num dia frio. Os professores ficavam atentos a cada detalhe. E quando terminou a sua missão e devolveu o bebê aos professores, conseguiu fazer várias reflexões importantes, além de nos agradecer muito por tudo o que havíamos feito por ela. E, com certeza, valorizou o sono como nunca antes. :))