13 de abr. de 2014

99. EDUCAÇÃO FINANCEIRA: QUANDO COMEÇAR?



Aos cinco anos uma de minhas filhas pediu-me R$ 1,00 para pagar um picolé que havia comprado fiado na escola. Era uma das únicas crianças que não tinha conta na cantina, pois não creio ser educativo. É preciso visualizar o dinheiro, manipulá-lo, perceber o quanto custa cada coisa, conferir o troco, fazer escolhas dentro das possibilidades, entre outros. E isto uma conta não dá conta.
Primeiramente, elogiei-a pela responsabilidade em pagar o picolé e cumprir a sua palavra. Todavia, sou do tipo que desassossega com qualquer dívida e não uso o dinheiro que ainda está por vir. ‘Não gastar o que não se tem’ era um princípio que se fazia necessário desenvolver. Pois, naquele momento tratava-se de um real, mas e depois? Assim, neguei a ela o valor, conversamos sobre isso e juntas fomos em busca de soluções. Depois de várias alternativas, decidiu fazer e vender biscoitos pelo prédio. Claro que era bem mais fácil e econômico dar-lhe um real, mas não a educaria financeiramente. Juntas compramos os ingredientes, fizemos os biscoitos, ela colocou em saquinhos e foi de porta em porta vende-los. Aprendeu ainda que era preciso investir antes de vender, que não é fácil ganhar, descobriu a existência do lucro e conseguiu além do valor necessário, podendo sem preocupação comprar outros picolés, bem como poupar. Educar não é caminho fácil e rápido, pois qualquer aprendizagem é processual. Ainda hoje, aos 17 anos, é necessário fazer pequenos ajustes.
Sugiro que comece o quanto antes a educar financeiramente o seu filho e evite assutadoras surpresas como as que vemos por aí.

6 comentários:

  1. Olá Lígia
    Texto super interessante, é importante ensinar desde cedo aos nossos filhos. Bjs querida.

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    1. Lucinalva, Nesta prática fui chamada de mesquinha, acredita? rsrsr Tenho aprendido que o melhor a se fazer é ignorar as glórias e as críticas e seguir fazendo o que realmente acredita.
      Um beijo carinhoso,

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  2. Lígia, acredito que educar financeiramente um filho é também uma ótima oportunidade de se reeducar. Aqui em casa, temos uma garrafa de refri que o pai aqui delicadamente fez um rasgo por onde passa uma moeda de um real.. Nosso pequeno já sabe, quando a garrafa estiver cheia, terá o direito de usar metade das moedas para ajudar a comprar a bicicleta nova que quer. Está empenhado em catar todas as moedas pela casa, mais tarde ensinamos a ganha-las. Quem sabe fazendo e vendendo biscoitos aos vizinhos ;).

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  3. Miguel,
    Concordo com você. Se os pais não se educam não há como educar os filhos. Excelente a sua ideia, pois o pequeno irá concretamente percebendo que para comprar algo é preciso poupar. E poupar significa abrir mão de outras coisas, fazer escolhas. Além disso, sua bicicleta terá outro valor, pois terá um esforço próprio, o que é muito mais interessante do que apenas ganhá-la. O QUERER ganha outro sentido. E o CUIDAR do que se tem também.
    Fiz algo semelhante com minhas meninas e foi muito bom. Quem não gostou muito foi a caixa da loja que passou horas contando aquele montante de moedas. rsrsrs
    Achei ainda interessante que no seu caso, ele terá direito a metade das moedas. Que ótimo! Saber dividir também faz parte. Bravo! Bravo! Clap, clap, clap! Mais um garotinho que terá, financeiramente, os pés no chão sem deixar de ter a cabeça nas nuvens e sonhar com seus quereres e conquistas. Obrigada Miguel por compartilhar conosco.

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  4. Anônimo4/26/2014

    Prof Ligia Pacheco obrigado pelos temas sempre provocadores e pelas observações sinceras. Já aguardo o próximo post.
    Miguel Vieira Jr

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  5. O que você fez é o que prova que você é a melhor mãe do mundo. Obrigada por tudo o que te faz diferente de todas as outras mães. Amo você.

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